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O Orçamento da União sequestrado pelo Congresso

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De 2019 até agora, o total da verba público destinada a emendas parlamentares praticamente triplicou. O Orçamento de 2024 prevê o montante inédito de R$ 47,5 bilhões para bancar essas emendas. E esse valor só não é maior porque, nesta segunda-feira (23), o presidente Lula (PT) vetou um total de R$ 5,6 bilhões - veto que gerou reações contrárias no Congresso e que já sofre ameaça de ser derrubado. Diante da pressão de senadores e deputados por nacos do Orçamento, o governo precisa se equilibrar entre a meta de déficit fiscal zero e a promessa de gastos destinados ao novo PAC. Para analisar o impacto das emendas na organização dos recursos da União e o resultado político dos conflitos orçamentários, Natuza Nery entrevista Ursula Dias Peres, professora de finanças públicas da USP e pesquisadora do Centro de Estudos da Metrópole, e Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo e da rádio CBN. Neste episódio: Ursula descreve todos os tipos de emendas parlamentares e pondera que elas são um instrumento legítimo para a composição do Orçamento da União, mas que a atual escalada de valores, que engole até 40% dos recursos discricionários, evidencia um conflito. “O investimento sem a análise dos indicadores é abrir mão do uso da técnica em prol da política”, diz; A pesquisadora celebra a melhora na transparência na tramitação das emendas com o fim do orçamento secreto, mas diz que segue impossível fazer a avaliação qualitativa sobre o bom uso desse dinheiro. “Emendas pulverizadas não resolvem os problemas de política pública. Essa distorção pode piorar o problema da desigualdade, ao invés de melhorar”, avalia; Bernardo recorda o contexto no qual o orçamento secreto foi criado, durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL), e como os parlamentares “reciclaram” o modelo após sua proibição, imposta pelo Supremo Tribunal Federal. “Houve ganho de transparência, mas do ponto de vista da economia não houve mudança nenhuma. E sem controle do Orçamento, o presidente vira uma rainha da Inglaterra”, afirma; O jornalista analisa também a “engenharia política” tentada por Lula para conquistar apoio no Congresso – e a “chantagem parlamentar” imposta pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), ao poder Executivo. “A situação é delicada, e a negociação está cada vez mais cara”, conclui.

Dengue – explosão de casos e vacina no SUS

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Os números da doença em 2023 não têm precedentes: mais de 1,6 milhão de pessoas foram contaminadas e 1.094 morreram em decorrência de complicações. E agora, em janeiro deste ano, a situação é ainda pior. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a quantidade de casos de dengue mais que dobrou em relação ao mesmo período do ano passado. A novidade no combate à doença é a vacina Qdenga, desenvolvida por um laboratório japonês, aprovada pela Anvisa e que será oferecida a um público-alvo específico no SUS. Para analisar o boom de casos e a entrada do imunizante no Brasil, Natuza Nery entrevista os médicos infectologistas Stefan Cunha Ujvari, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e autor do livro “A história das epidemias”, e Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações. Neste episódio: Stefan explica por que a epidemia de dengue foi tão forte no início deste ano: “Depende de vários fatores, mas alguns principais são o aumento de temperatura e um período de chuvas intensas”. E alerta que o número de casos deve aumentar. “O pico deve ser no fim de março ou início de abril”, afirma; (2:20) Ele fala sobre a importância da força-tarefa governamental para reduzir focos de multiplicação do aedes aegypti. “É unânime a compreensão de que nenhum país vai erradicar o mosquito de seu território, será preciso lugar para controlar sua proliferação”, afirma; (10:20) Kfouri comenta a chegada da vacina contra a dengue no Brasil: “No primeiro momento, não terá nenhum impacto, mas à medida que tivermos mais imunizados, aí sim”. Isso porque o SUS recebeu apenas 750 mil doses até o momento - de um total de 50 milhões de doses que serão entregues em 5 anos; (15:15) O médico esclarece por que a faixa etária elegível para a imunização é a de crianças e adolescentes: “É onde a vacina encontrou melhor eficácia”. E apresenta quais são os sintomas mais comuns para a doença - e aqueles que mais representam riscos para a saúde do paciente. (23:00)

O caminho aberto para Trump na eleição americana

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Desde que deixou a Casa Branca, em janeiro de 2021, Donald Trump enfrenta uma via crucis judicial, na qual responde a mais de 90 acusações em quatro processos criminais – como aquele no qual é réu por conspirar contra os Estados Unidos e incentivar a invasão do Capitólio. E nada disso reduziu seu capital político entre os correligionários de Partido Republicano. Nas primeiras prévias do partido para decidir o candidato que irá concorrer contra Joe Biden pela presidência americana, em Iowa, Trump venceu com mais de 50% dos votos. Na sequência, recebeu o apoio formal do governador da Flórida, Ron DeSantis, que desistiu da candidatura – agora, precisa vencer apenas Nikki Haley, ex-governadora da Carolina do Sul, para ter sua revanche contra Biden. Para analisar a força política do ex-presidente e quais desafios eleitorais e judiciais que ele deve enfrentar este ano, Natuza Nery conversa com Fernanda Magnotta, coordenadora do curso de relações internacionais da FAAP e comentarista da rádio CBN. Neste episódio: Magnotta explica por que os votos de DeSantis devem migrar quase na totalidade para Trump dentro do partido: “Há compatibilidade de agenda entre o que os dois defendem”. Ela informa ainda que as pesquisas indicam 70% de apoio à agenda trumpista entre os eleitores republicanos. “Ainda é cedo para dizer que a disputa acabou, mas ele é evidentemente favorito”, afirma; (2:00) A especialista em relações internacionais comenta as disputas pelo protagonismo do campo conservador nos Estados Unidos e descreve em que posições estão Trump e Nikki Haley. “Ela é considerada moderada entre os republicanos, mas pode ser vista também como alguém da direita radical”, diz; (6:50) Ela descreve o atual status jurídico de Donald Trump, que deve enfrentar condenações e restrições eleitorais em alguns dos estados americanos – no Colorado e no Maine a candidatura dele chegou a ser barrada. “Essa será a marca das eleições, que serão decididas mais na Justiça do que nas urnas”, sentencia; (15:50) Magnotta afirma que nos corredores de Washington DC, o “cenário base” imaginado por todos é de uma reedição da disputa entre Biden e Trump. “São dois candidatos que beiram os 80 anos e não têm figuras alternativas. A pergunta mais importante é o que vem depois”, conclui. (21:15)

As cidades escondidas da Amazônia

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Estima-se que pelo menos 8 milhões de pessoas vivessem na Amazônia quando o continente americano recebeu as expedições europeias. Essa população nativa amazônida trazia consigo uma história de ocupação de pelo menos 14 mil anos – tempo nos quais diversos tipos de organizações sociais e econômicas nasceram e morreram, assim como tecnologias e expressões culturais e artísticas. Aos poucos, a ciência moderna encontra vestígios desses povos. O caso mais recente foi a descoberta de cidades com 2,5 mil anos de história na Amazônia equatoriana, encontrada graças ao equipamento óptico Lidar, o mesmo que mapeou dezenas de estruturas milenares na região do Alto Xingu, no Brasil – um trabalho liderado pelo geógrafo Vinícius Peripato, sob a orientação de Luiz Aragão, biólogo chefe da divisão de observação da terra e geoinformática do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Luiz Aragão é o convidado de Natuza Nery para explicar essas descobertas e o impacto delas para o futuro do planeta e da própria humanidade. Neste episódio: Luiz relata como os pesquisadores utilizaram os lasers da tecnologia Lidar para identificar as construções de 2,5 mil anos no Brasil e no Equador. “Havia uma complexidade muito grande com estradas e conexão entre cidades e produção agrícola. É mais uma evidência de que a Amazônia foi extensamente ocupada”, afirma; O biólogo descreve o que as pesquisas encontraram nas cidades amazônicas - e como elas foram “recolonizadas” pela floresta. “Grande parte dessas estruturas foram utilizadas para rituais e outras áreas foram construídas para defesa de aldeias ou para produção agrícola”, detalha; Ele informa que os estudos mais recentes avaliam que pode ainda existir, “embaixo da floresta amazônica mais de 10 mil áreas com essas estruturas”; Luiz explica a relação entre os resquícios de civilizações antepassadas e a biodiversidade de espécies já domesticadas pela humanidade. “Isso pode ser aprendido e utilizado para um desenvolvimento bioeconômico”, afirma. “É uma porta para o futuro do planeta”, resume.

O vaivém da relação de Lula com os evangélicos

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Durante a campanha eleitoral de 2022, o contingente de 30% de brasileiros que seguem religiões cristãs protestantes foi um dos polos de disputa dos então candidatos Lula (PT) e Bolsonaro (PL) - a quem as principais lideranças evangélicas tinham como aliado. O petista sofreu com a forte resistência das principais entidades religiosas neopentecostais e, agora como presidente da República, tenta uma aproximação tanto com parlamentares da Bancada Evangélica, quanto com a massa de 60 milhões de brasileiros filiados a essas igrejas. Para analisar os movimentos de altos e baixos da relação do presidente com os evangélicos, Natuza Nery conversa com a cientista política Ana Carolina Evangelista, diretora executiva do Instituto de Estudos da Religião, e com Ronilso Pacheco, pastor auxiliar da Comunidade Batista e teólogo com mestrado pela Universidade Columbia (EUA). Neste episódio: Ana Carolina e Ronilso questionam a eficiência da estratégia de Lula em dialogar apenas com as lideranças religiosas que estão no Congresso. “A estratégia desses líderes é fazer estardalhaço e colocar o governo contra a parede. É uma relação sensível”, afirma o pastor; (1:30) A cientista política destaca que o diálogo com as cúpulas está contaminado porque elas “se radicalizaram ainda mais e defendem seus princípios como uma agenda para o país”. E Ronilso reforça que a abordagem da população evangélica exclusivamente a partir da pauta religiosa é um erro; (5:50) Ana Carolina avalia os impactos da proximidade que os líderes religiosos tiveram com o poder durante os anos de governo Bolsonaro. “É uma bancada que sabe que pode conseguir mais”, resume; (14:50) Ronilso fala sobre como a maioria das igrejas e dos pastores se organizam economicamente – e de que modo a decisão recente da Receita Federal de acabar com a isenção de impostos sobre líderes religiosos foi recebida. “Segue a vida normal como a de qualquer outro brasileiro”, diz; (17:00) Os dois comentam como os fiéis ponderam suas escolhas eleitorais, que passa por fatores de organização comunitária e efetividade de políticas públicas. (20:45)

A influência do Irã nos conflitos do Oriente Médio

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O ataque terrorista do Hamas a Israel em 7 de outubro desencadeou a mais sangrenta guerra já promovida em território palestino e abriu uma caixa de Pandora para mais violência no Oriente Médio. Frentes de combate se abriram na fronteira entre Israel e Líbano, onde atua o grupo terrorista Hezbollah, e no Mar Vermelho, onde rebeldes houthis atacam navios e são bombardeados pelos EUA. Ataques a grupos militantes também foram registrados no Iraque, na Síria e no Paquistão. E a ligação entre todos os conflitos é o Irã, país controlado por aiatolás xiitas que investe muito dinheiro em sua máquina de guerra e patrocina grupos armados em sua área de influência. Para explicar como o governo iraniano impõe seus tentáculos por toda a região e os riscos de que esses conflitos ganhem escala global, Natuza Nery entrevista Vitelio Brustolin, professor de relações internacional da UFF e professor adjunto na Universidade de Columbia (EUA), e também pesquisador da faculdade de Direito de Harvard. Neste episódio: Vitelio afirma que a guerra entre Israel e Hamas já se espalhou pela região e repercute até na Europa e nos Estados Unidos, onde foram ativados alertas máximos contra atos terroristas. “A estratégia do Hamas se mostra eficiente se a tática terrorista se espalhar pelo mundo”, avalia; Ele comenta a agenda geopolítica do Irã, que financia partidos e milícias xiitas em países vizinhos – e enfrenta agrupamentos também armados sunitas, como é o caso do Talebã e do Estado Islâmico. E descreve o poder militar das forças armadas iranianas – que está perto de ter tecnologia suficiente para construir uma ogiva nuclear; Vitelo explica como agem os rebeldes houthis, sediados no Iêmen: “Eles controlam a entrada do Mar Vermelho, por onde passa 12% do comércio mundial”. E como os ataques do grupo a navios são usados como moeda de troca pelo Irã. “Mostra o uso de terrorismo internacional como ferramenta de política externa”, sentencia; O professor fala sobre sua preocupação em relação à multiplicação de conflitos, que poderiam “desembocar em uma guerra maior, que daria início a uma 3ª Guerra Mundial”.

A ameaça de Bolsonaro ao PL de Valdemar

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Em uma entrevista recente, o presidente do partido que abriga os principais nomes da direita brasileira rasgou elogios a Lula (PT). As declarações de Valdemar Costa Neto pegaram mal entre os apoiadores de Jair Bolsonaro, e o próprio ex-presidente entrou em cena: ele as classificou como “absurdas” e sinalizou que esse tipo de fala tem potencial para “implodir” o partido – o mesmo pelo qual ele disputara a eleição de 2022. Em disputa, mais do que um racha ideológico estão os capitais político e financeiro do PL: é a maior bancada na Câmara e no Senado e recebe a maior fatia dos fundos partidário e eleitoral (que, em 2024, será de R$ 4,9 bilhões). Para explicar as rusgas entre Bolsonaro e Valdemar e os riscos para ambos em caso de racha partidário, Natuza Nery conversa com Flávia Oliveira, comentarista da GloboNews e colunista do jornal O Globo e da rádio CBN. Neste episódio: Flávia recorda a aliança do PL com o PT em 2002, que culminou numa então improvável chapa encabeçada por Lula, candidato à Presidência, com o empresário de direita José Alencar: “Essa articulação se deve a Valdemar”. E relaciona a situação com o atual status da relação de Valdemar e Bolsonaro. “É como se estivessem algemados um no outro, e para saírem do lugar precisam combinar o compasso”, afirma; (3:45) A jornalista compara as personalidades de Valdemar - “um político de acomodação, que faz acenos e é a cara do PL” - e de Bolsonaro - “um outsider que tem desprezo pela lealdade partidária”. E aponta o que um tem a ganhar com o outro: uma robusta estrutura partidária, de um lado; e muitos votos puxados por um valioso cabo eleitoral, de outro; (9:30) Ela comenta o perfil “combatido e autoritário” do ex-presidente e como essa característica colaborou para implodir o partido pelo qual foi candidato à Presidência pela primeira vez, o PSL. “E o Lula é o oposto disso. E também por isso é elogiado por Valdemar”, afirma; (15:00) Flávia avalia que, em caso de uma guerra deflagrada entre Bolsonaro e o líder do PL, Valdemar deve levar a melhor. “Bolsonaro pode sair e levar com ele parlamentares fiéis e capital político, mas com muito menos recursos”, conclui. (24:00)

Lei do Cyberbullying: proteção para crianças e adolescentes

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O presidente Lula (PT) sancionou nesta segunda-feira (15) a lei que inclui os crimes de bullying e cyberbullying no Código Penal. O texto apresenta a definição dos crimes (que, agora, são considerados hediondos) e impõe pena de até 4 anos de reclusão e multa – no caso de crime de indução ou auxílio ao suicídio, a punição pode até dobrar. Para explicar o impacto do bullying em crianças e adolescentes e como a nova lei pode preservar a saúde mental de milhões deles, Natuza Nery entrevista Patrícia Peck, advogada especialista em direito digital e presidente do Instituto iStart, e Gustavo Estanislau, especialista em psiquiatria da infância e da adolescência e coautor do livro “Saúde mental nas escolas: o que os educadores devem saber”. Neste episódio: Patrícia descreve quais são os formatos mais recorrentes de bullying nas redes sociais: ofensas discriminatórias em grupos e uso indevido ou manipulação de fotos. "Se um ato isolado já poderia causar tanto estrago, imagina em ambiente digital?”, alerta; Ela celebra a nova lei como uma demonstração “de que estamos tratando o tema com seriedade”. E destaca como o texto atualiza a legislação criminal brasileira e constrói uma política nacional de prevenção ao abuso e exploração da criança e do adolescente; Gustavo comenta o impacto do bullying, virtual ou não, na formação da personalidade de crianças e adolescentes: “Os mais novos têm dificuldade em identificar parâmetros de até onde as pessoas podem ir”. E explica por que muitas vezes eles não levam a violência para pais, professores e responsáveis. “Em casos mais graves, afeta a autoestima e a criança passa a acreditar que merece aquilo”, afirma; O psiquiatra fala sobre a urgência de um debate amplo para a prevenção contra o bullying. “Temos dificuldade em detectar, principalmente com as redes sociais”, diz. Ele também lista sintomas que podem sinalizar uma vítima desse tipo de violência: a criança pode ficar mais assustada e menos atenta que o normal, apresentar alteração no padrão de sono e na dieta e falar em medo de ir à escola.

CBF e Seleção - o futebol brasileiro em crise

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Único pentacampeão mundial de futebol, o Brasil chegará à Copa do Mundo de 2026 em jejum de 24 anos sem levantar a taça. Em campo, a Seleção coleciona fracassos e ocupa a 6ª posição nas Eliminatórias para o próximo Mundial. Na administração, a Confederação Brasileira de Futebol vai ainda pior: denúncia de irregularidade nas eleições internas, afastamento (e recondução) do presidente Ednaldo Rodrigues e um “perdido” do treinador italiano Carlo Ancelotti – que recusou o convite para dirigir a Seleção, que, agora, tem Dorival Júnior como técnico. Para explicar como a entidade deixou a credibilidade do futebol brasileiro em ruínas, Julia Duailibi entrevista Martín Fernandes, colunista do jornal O Globo e do ge.com e comentarista do SporTV. Neste episódio: - Martín descreve como as alterações no processo eleitoral da CBF culminou no imbróglio judicial que invalidou os resultados do pleito, e como Ednaldo foi escolhido para assumir um vácuo de poder na entidade: “Ele teve muito apoio para chegar ao poder, mas fez uma gestão centralizadora e criou adversários internos”; - Ele comenta como esse estilo “centralizador” de Ednaldo se relaciona aos péssimos resultados da Seleção em campo. É o caso da negociação entre CBF e Ancelotti: enquanto a entidade esperava o sim do treinador, manteve dois técnicos interinos (Ramon Menezes e, depois, Fernando Diniz); ainda assim, o italiano assinou sua renovação com o Real Madrid; - Martín também alerta para o risco de uma punição esportiva à Seleção, imposta pela Fifa e pela Conmebol por uma suposta interferência externa da Justiça na CBF. “A imagem do futebol brasileiro já estava arranhada, mas essa situação toda gera uma percepção de bagunça”, conclui.

O desafio de Lewandowski à frente da Justiça

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Escolhido pelo presidente Lula para comandar um dos ministérios mais políticos da Esplanada, Ricardo Lewandowski vai assumir a Justiça em fevereiro. À frente da pasta, o ex-ministro do STF herda o desafio de lidar com um tema sensível ao governo: a violência, que está no topo de preocupações dos brasileiros. Ao definir quem comandará o ministério, Lula também decidiu não desmembrar a pasta, mantendo Justiça e Segurança Pública sob o mesmo guarda-chuva. Para entender os principais desafios de Lewandowski no cargo e quais os entraves para combater o crime organizado, Julia Duailibi recebe o ex-ministro da Segurança Pública Raul Jungmann. Neste episódio: - Jungmann defende que Justiça e Segurança Pública sejam ministérios distintos de forma permanente e justifica que o país “não tem um sistema centralizado de segurança pública”. “A responsabilidade é dos Estados e, portanto, não há uma política nacional para o tema”, afirma; - Ele crava que o “desafio número 1” de Lewandowski é superar a lacuna de poder do governo central no controle da segurança pública. E destaca o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) como principal ferramenta para articular entes estaduais contra o crime organizado; - Jungmann destaca também a urgência de se reformar o sistema prisional brasileiro: “Ele amplia e amplifica a violência e criminalidade no Brasil”. Isso porque, afirma, as mais de 70 facções que atuam nos presídios brasileiros cooptam jovens para atuarem como “soldados do crime organizado”; - O ex-ministro elogia a escolha de Lewandowski para o comando do Ministério, um cargo que define como “evidentemente político”: “Ele tem autoridade, conhecimento e articulação, além de ótima relação com o governo e o respeito da oposição”, conclui.

O Equador mergulhado no caos

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"Vivemos um estado de guerra”, assim o presidente Daniel Noboa classificou a situação do país depois da escalada de violência e mortes. A crise se agravou depois da fuga de um dos chefes do narcotráfico, e é a primeira prova de fogo do atual governo. Noboa assumiu em novembro para um “mandato tampão”, depois de um processo eleitoral marcado pela violência e pelo assassinato de um candidato à presidência. Para entender a situação no Equador e os fatores que levaram o país ao domínio do narcotráfico, Julia Duailibi recebe Maria Teresa Escobar, jornalista baseada em Quito, e Thiago Rodrigues, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). Neste episódio: - Direto de Quito, Maria Teresa narra a situação na capital depois da “madrugada de terror”, quando policiais foram sequestrados e a população entrou em pânico. “Quito amanheceu vazia, com as pessoas trancadas em casa”, relata; - A jornalista classifica como positiva a medida do presidente de admitir a existência de um conflito armado contra o narcotráfico. “Existe um conflito interno. É bom que não falemos mais em crise de segurança”, diz, ao lembrar a explosão do número de mortes no país desde 2019. “Não é uma coisa pequena”, afirma; - Thiago explica como, ao ser eleito com a promessa de “repressão total” ao narcotráfico e de “outsider” da política, Noboa adotou medidas que desencadearam resposta violenta de grupos criminosos no país; - O professor conclui como a crise e a “declaração de guerra” pode ajudar Noboa em uma eventual tentativa de reeleição, em 2025. Para ele, se o atual presidente conseguir transmitir uma imagem de diminuição da violência, “vai ser visto pela opinião pública como alguém que resolveu o problema, sem resolver”, afirma.

Redes sociais: a regulação urgente

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A cerimônia para celebrar a democracia no dia em que os atos golpistas completaram 1 ano foi também usada para cobrar a regulamentação das redes sociais. O presidente Lula e o ministro do STF Alexandre de Moraes sinalizaram a necessidade de regular plataformas, hoje solo fértil para o espalhamento de fake news e de desinformação. O tema deve ser uma das prioridades do Congresso na volta do recesso parlamentar – o chamado PL das Fake News está parado na Câmara, depois de ser aprovado no Senado. Para entender em que pé está a discussão sobre o tema e a importância de uma legislação clara sobre conteúdo em redes sociais, Natuza Nery recebe Pablo Ortellado, professor da USP, coordenador do Monitor do Debate Político Digital e colunista do jornal O Globo, e Iná Jost, coordenadora do InternetLab. Neste episódio: - Pablo explica como o texto original do projeto de lei foi transformado até sua versão final, que deve ser aprovada na Câmara. “É bastante abrangente e o coração dele é a mudança na regulação de conteúdo na internet”, resume. Agora, a moderação desse conteúdo deixa de ser feita exclusivamente pelas empresas e “passa a ter diretrizes e regras que estão acima das regras da plataforma”; - Ele aponta quais eram os principais “pontos de tensão” da versão original do PL: a compreensão “maximalista” do que é liberdade de expressão pela direita conservadora e a remuneração de conteúdo que circula nas redes sociais para artistas e produtores de conteúdo. “O debate sobre direitos autorais virou um projeto a parte”, esclarece; - Iná comenta a importância da clareza de regras de cada plataforma de redes sociais para os usuários. “As empresas têm o direito de ter essas regras, desde que sejam claras sobre como estão operando”, afirma; - A coordenadora do InternetLab fala sobre o “poder político enorme” das empresas de tecnologia que controlam as plataformas. “É por isso que é importante haver regulação. E acredito na capacidade do Congresso em encontrar um texto aprovável”, conclui.

2024, uma odisseia no espaço

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A primeira de muitas missões espaciais previstas para este ano foi lançada nesta segunda-feira. O foguete Vulcan partiu com a meta de ser a primeira espaçonave de uma empresa particular a conseguir pousar na Lua. Problemas no sistema de propulsão da sonda, no entanto, podem adiar o objetivo da missão, que faz parte do projeto da Nasa de mandar uma mulher ao satélite da Terra. Para entender por que a exploração lunar continua sendo um desafio, 55 anos depois de o primeiro homem pousar no satélite, e explicar quem são os países - e as empresas – que fazem parte da atual corrida espacial, Natuza Nery recebe Salvador Nogueira. Jornalista científico, Salvador é autor de livros sobre astronomia e astronáutica, e sócio fundador da Associação Aeroespacial Brasileira. Neste episódio: - Salvador explica a importância do lançamento do foguete Vulcan - feito pela Nasa em parceria com uma empresa privada –, no que ele classifica como um momento de “transição para a exploração comercial da Lua”; - Ele lista os interesses de nações e de empresas na corrida pela exploração da Lua: disputa de influência para mostrar “tecnologia superior”. O aspecto militar, com o espaço visto como “área de conflito” no futuro. E o interesse comercial, com a construção de empreendimentos em solo lunar e até o serviço de transporte até a Lua; - O jornalista pontua como passamos por um momento de “revolução”, com a construção de foguetes de custo mais baixo. Ele cita a Space X, empresa do bilionário Elon Musk, e como a produção financiada por Musk revolucionou a indústria espacial, ao fazer concorrentes e até países “correrem atrás”. O resultado, segundo Salvador, é a redução do custo de acesso ao espaço, num processo “bom para todo o mundo”; - Salvador fala sobre a expectativa para a Artemis 2, quando a Nasa quer mandar astronautas para a órbita lunar pela primeira vez desde a década de 1970. “Na prática, a Nasa está reaprendendo as coisas que aprendeu no século passado”, diz. E conclui como a missão serve como “um teste drive” para saber se a agência espacial consegue mandar astronautas para a Lua e trazê-los de volta.

8/01 - A Democracia 1 ano depois

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"O ato de vandalismo mais forte que já aconteceu nesse país”, assim o presidente Lula classifica as invasões de apoiadores de Bolsonaro em entrevista exclusiva à Julia Duailibi, diretora de ‘8/01 - A Democracia Resiste”. Com imagens e depoimentos exclusivos, o documentário narra a tensão do momento dos ataques e a forma como o governo respondeu ao golpismo que destruía a Praça dos Três Poderes. Para abordar todos os detalhes da produção, Natuza Nery recebe Julia Duailibi. Depois, sobre as consequências do 8 de janeiro neste primeiro ano de mandato de Lula, conversa com Oscar Vilhena, professor de Direito Constitucional da FGV. Neste episódio: - Julia relata como, ao fazer o documentário, concretizou o grau de tensão entre civis e militares para desmobilizar o acampamento golpista na noite do 8 de janeiro de 2023. E destaca como a democracia sobreviveu “ao grande solavanco” da tentativa golpista. “As ordens funcionaram. Todas as Instituições da República deram uma resposta, a resposta que a gente precisava para a manutenção da democracia”, lembra; - "O objetivo do filme é mostrar o que ninguém viu”, diz Julia. Ela relata o momento em que o presidente Lula é informado das invasões e a reação do alto comando da República à tentativa de golpe. E como Lula reagiu à inação das forças de segurança para conter os invasores; - Julia descreve os momentos decisivos em que Lula e seus ministros descartaram a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e decidiram adotar uma intervenção federal na Segurança do Distrito Federal. E o clímax do conflito entre o poder civil e o militar para a desmobilizar o acampamento golpista na frente do QG do Exército; - Oscar Vilhena afirma que, um ano depois, o Brasil deve comemorar o fato de a democracia estar de pé. “Se o 8 de janeiro tivesse triunfado, nós não estaríamos aqui”, sentencia. Mas sinaliza haver uma preocupação grande com “setores que foram desleais com a democracia”, ao lembrar a regra básica da democracia: “Quem perde, a eleição vai para casa”.

Padre Júlio Lancellotti e o pedido de CPI em SP

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O nome do padre Júlio Lancellotti foi colocado no meio de uma disputa política depois que um vereador do União Brasil pediu a abertura de uma CPI para investigar a ação de ONGs que trabalham com a população de rua na cidade de São Paulo. Por trás dessa disputa, um problema de mais de três décadas: a Cracolândia, região da capital paulista onde dependentes químicos alimentam o vício a céu aberto. Para entender o trabalho de assistência feito com a população em situação de rua, Natuza Nery conversa com o padre Júlio Lancelotti, e com Aluízio Marino, coordenador do LabCidade da USP e doutor em Planejamento e Gestão de Território pela Universidade Federal do ABC. Neste episódio: - O padre Júlio Lancellotti reflete porque o nome dele foi parar na boca de quem pede a abertura de uma CPI na Câmara Municipal de SP. “Talvez porque identifiquem em mim as pessoas com quem eu convivo. Pessoas que incomodam a sociedade, em situação de rua, dependentes químicos”, diz, ao citar uma população que “ninguém quer ver”; - Atuante há quatro décadas, padre Júlio faz uma retrospectiva do que viu e testemunhou sobre o crescimento da Cracolândia. E aponta como a política para lidar com a população de rua muda a cada quatro anos, com a mudança nos governos locais: “a questão da população de rua não é tratada como política de estado, mas como política de governo, por isso sofre com a questão de continuidade”, resume; - Padre Júlio classifica como “simplista” o raciocínio de que o auxílio à população de rua e a dependentes químicos estimula o crescimento do problema. “Até na guerra os prisioneiros não são privados de água e de alimento. Por que que nós queremos penalizar e criminalizar o dependente químico, proibindo dar comida a eles?”, questiona; - Aluízio Marino relembra como a Cracolândia nasceu e cresceu, em uma área da cidade onde o território sempre foi marcado pela “imoralidade” de diversas naturezas. “É importante pensar que o nome serve para delimitar um lugar marcado para morrer”, expõe.

Juros do cartão de crédito: a solução tampão

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As dívidas complicam a vida das famílias que têm pendências financeiras e travam a roda da economia. E o vilão desse problema é um conhecido de muita gente: o cartão de crédito. Com juros acima dos 400% ao ano, os cartões apareciam como principal problema de 60% das pessoas com contas atrasadas, segundo dados do Instituto Locomotiva de dezembro. A partir de agora, uma regra limitou o teto para os juros dessa modalidade. Para entender o que muda na prática e o que precisa ser feito como solução definitiva para a tensão entre juros altos e inadimplência, Natuza Nery conversa com Otto Nogami, professor de Economia e Finanças do Insper. Neste episódio: - Otto sinaliza a necessidade de “conscientizar o consumidor a adequar seu consumo à renda”. E aponta a recomendação de primeiro reservar dinheiro para, só depois, comprar produtos de alto valor agregado; - O professor destaca a importância da educação financeira das famílias, algo que, para ele, deveria começar ainda “no berço”. Mas afirma que, no Brasil, há herança do período inflacionário, quando havia a ideia de que não vale a pena guardar dinheiro, por causa da desvalorização da moeda; - Ele fala como o consumo das famílias - responsável por mais de 60% do PIB - é o principal afetado quando não há crédito no mercado. “Qualquer ação de limitar o acesso ao crédito impacta no consumo do cidadão. E impactando na vida do cidadão, pode afetar a performance da atividade econômica”, diz; - E dá uma “dica de ouro” para quem gastou muito no fim do ano: “o segredo é procurar equacionar o problema o mais rápido possível”, diz. E continua: “separar o que é consumo indispensável e deixar de lado o supérfluo”.

Trump x Biden (de novo) na eleição dos EUA

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Em 2024, os eleitores da maior economia do planeta vão escolher quem vai comandar a Casa Branca. A disputa deverá repetir as eleições de 2020, com o democrata Joe Biden em busca da reeleição enfrentando o ex-presidente republicano Donald Trump. Ambos enfrentam problemas para consolidar suas candidaturas. De um lado, Trump lida com processos jurídicos e sua permanência na disputa foi parar na Suprema Corte. Do outro, Biden enfrenta resistências e um processo de impeachment. Para entender os principais desafios de cada um deles e o que vai pesar na eleição de novembro, Natuza Nery conversa com Guga Chacra, comentarista da TV Globo e da GloboNews, e colunista do jornal O Globo. Neste episódio: - Guga explica por que o caucus de Iowa (15/01) e as primárias de New Hampshire (23/01) são datas importantes para a disputa de quem vai ser escolhido candidato Republicano. “Trump é o franco favorito”, diz. Mas ele lista os motivos que fazem Nikky Haley despontar como uma ameaça ao ex-presidente. Do outro lado, diz, nenhum pré-candidato democrata parece ameaçar Joe Biden; - O jornalista detalha as implicações da decisão do Colorado, onde o nome de Trump foi barrado nas primárias republicanas. "A campanha vai para a Suprema Corte nacional”, o que, segundo Guga, teria “impacto muito grande” para a campanha do ex-presidente. No entanto, ele pondera que, sem ter sido condenado por incentivar os atos de 6 de janeiro de 2021, é pouco provável que Trump tenha a candidatura barrada nacionalmente; - Guga avalia os motivos que fazem Joe Biden estar em “situação vergonhosa”, ao aparecer atrás de Trump nas pesquisas de intenção de voto, apesar de os EUA estarem com PIB em tendência de alta e com taxa de desemprego em baixa; - E conclui apontando os temas que vão pesar na eleição de 5 de novembro: fronteira com o México, gastos com as guerras da Ucrânia e de Israel contra Gaza, e a idade dos candidatos. “A imagem que Biden passa é de fragilidade”, diz, ao relatar que muitos norte-americanos o veem como alguém “sem energia” para aguentar mais quatro anos de mandato.

A disputa Lula x Bolsonaro na eleição municipal

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Em outubro os brasileiros vão voltar às urnas para escolher prefeitos e vereadores dos 5.570 municípios. Uma eleição regada a muito dinheiro público: o fundo eleitoral terá R$ 5 bilhões, o dobro das eleições municipais em 2020. Historicamente, a eleição municipal é marcada por problemas e questões locais, mas a polarização ainda presente entre o presidente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro pode mudar o quadro. E ambos já atuam para eleger aliados. Para entender como vão atuar os dois cabos eleitorais mais influentes do país e o que esperar da eleição deste ano, Natuza Nery conversa com o cientista político Felipe Nunes, professor da UFMG e diretor da Quaest, autor do livro recém-lançado ‘Biografia do Abismo’. Neste episódio: - Felipe detalha os temas que devem pautar a campanha nas pequenas, médias e grandes cidades. Para ele, a polarização entre Lula e Bolsonaro deve se fazer mais presente em cidades de grande porte, principalmente da região Sudeste, onde "há um debate ideológico importante que não acabou em 2022”; - Ele analisa como o PL – partido do ex-presidente Bolsonaro - tem o desafio de crescer nos municípios. “É a primeira eleição com Bolsonaro fora do poder. É um teste para o bolsonarismo”, afirma. E lembra: “o PT teve o seu pior desempenho em 2020”, e agora tenta recuperar protagonismo nas cidades, tendo nas mãos a máquina pública federal e uma agenda econômica positiva; - Para ele, “a eleição de 2024 é crucial para entender a correlação de forças no Congresso”. E chama atenção para a mudança no “jogo legislativo”, com parlamentares tendo nas mãos o valor recorde de R$ 53 bilhões em emendas. “O que determina quem vai ganhar o Congresso são os prefeitos. A eleição de 2024 é o termômetro para saber quem vai mandar na agenda legislativa brasileira em 2026”, sentencia; - E aponta a tendência de uma alta taxa de reeleição de prefeitos, resultado de um “círculo virtuoso e vicioso”, com bases eleitorais irrigadas com dinheiro de emendas parlamentares. “Deputados passaram a ter mais poder para ajudar prefeitos que no futuro vão poder ajudá-los a vencer as eleições de novo”, explica.

REPRISE - Recordes de calor e a ameaça à vida humana

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2023 chega ao fim com uma marca histórica: foi o mais quente dos últimos 125 anos. Nesta sexta-feira, 20 de dezembro, O Assunto reprisa um episódio para explicar os recordes de calor e a ameaça dos eventos extremos à vida humana. Ameaças que podem ficar ainda mais intensas em 2024. Para comentar o risco do calor em excesso para a saúde humana e explicar até onde a temperatura pode chegar, Natuza Nery conversa com Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima e integrante do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, e com o biomédico fisiologista Daniel Mendes Filho, um dos autores do livro “Condições extremas: como sobrevivemos?”. Neste episódio: - Marcio lembra que as ondas de calor estão cada vez mais intensas, mas que os recordes de temperatura vêm sendo registrados há pelo menos duas décadas: “São gritos de alerta do planeta”. E a situação deve piorar. “A gente não vai mais recuperar os gases emitidos para a atmosfera. O planeta tem um problema já contratado”, afirma; - Ele avalia que as soluções para mitigação e adaptação dos impactos do clima são de responsabilidade de governos e estão, principalmente, nas mãos dos líderes dos países desenvolvidos: “As pessoas mais pobres vão pagar a conta”. “Quanto menos a gente fizer agora, maior será a conta para as próximas gerações”, conclui; - Daniel explica como o organismo humano reage às mudanças de temperatura, e quais são os riscos associados aos episódios de calor extremo – que afetam mais as crianças e os idosos: “Os mecanismos de adaptação do corpo são insuficientes para manter a temperatura em níveis fisiológicos. Pode haver quadros de hipertermia e insolação”; - Ele também comenta sobre o que as cidades podem fazer para enfrentar as mudanças climáticas, com ações dedicadas a aumentar a arborização e os ambientes com circulação de ar. Daniel orienta sobre como cada um pode se proteger: roupas leves, alimentação saudável, plantas domésticas e até papel alumínio na janela.

REPRISE - Israel x Palestina - a história do conflito

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O dia 7 de outubro de 2023 marcou o maior ataque terrorista do Hamas sobre o território israelense. Começava ali mais um capítulo de uma disputa milenar pelo controle da região que é berço das três maiores religiões ocidentais. Nesta quinta-feira, 28 de dezembro, O Assunto reprisa o episódio que explicar essa história de expulsões, perseguições, conflitos militares e terrorismo. Julia Duailibi entrevista Guilherme Casarões, professor da FGV-SP, doutor em ciência política, mestre em relações internacionais com especialização em nacionalismo judaico e pesquisador convidado da Universidade de Tel Aviv. Neste episódio: - Casarões recupera a história de milênios de ocupação de Jerusalém e seus arredores. Ele lembra que a tradição judaica reivindica mais de 5 mil anos no local que hoje compreende o Estado de Israel; mas que também os palestinos argumentam que já estavam lá desde os cananeus, há 10 mil anos; - Ele aponta que o início do conflito moderno se deu na virada do século 19 para o século 20, num momento em que despontam o sionismo e o nacionalismo árabe: “É quando começam aparecer os projetos nacionais como projetos políticos”. E completa que a disputa escala de nível com o plano de partilha proposto pela ONU para a criação dos Estados israelense e palestino - o que nunca aconteceu; - O professor descreve os efeitos das guerras dos Seis Dias (1967) e do Yom Kippur (1973) na formulação “da dinâmica que rege até hoje esse conflito” - com a primazia do domínio israelense sobre o território -, e como elas repercutiram para o crescimento da Organização para a Libertação Palestina; - Casarões explica as duas principais tentativas de acordo de paz entre Israel e os Estados árabes. O primeiro no Camp David (EUA) ao fim da década de 1970 entre Israel e Egito. E o segundo assinado em 1993: o Acordo de Oslo, entre as autoridades israelenses e palestina, definiria a divisão definitiva dos territórios entre os dois Estados. Nos dois casos, o processo de entendimento foi interrompido pelo assassinato de lideranças políticas por extremistas; - Por fim, ele comenta o aumento das tensões resultante da eleição do grupo terrorista Hamas como representante do povo palestino da Faixa de Gaza – resultado da única eleição realizada por lá, em 2006: “Vira uma guerra interna entre o Hamas e o Fatah” - organização palestina moderada.

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