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O drama das crianças no conflito do Oriente Médio

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O dia 7 de outubro ficou marcado pelo mais violento ataque terrorista já sofrido por Israel. Membros do Hamas invadiram o país, executaram cerca de 1.400 pessoas e sequestraram mais de 200 – entre as vítimas, dezenas de crianças, cujo paradeiro é desconhecido até hoje. A reação do governo israelense sobre a Faixa de Gaza teve interrupção no fornecimento de água, comida e eletricidade e bombardeiros em áreas civis, que resultaram na morte de milhares de pessoas, boa parte delas, segundo organizações internacionais, menores de 17 anos. Para falar da situação das crianças na guerra e seus traumas para a posteridade, Natuza Nery entrevista Ricardo Pires, porta-voz do Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, em Nova York (EUA).

O futuro do embate entre Lula e Bolsonaro

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Nesta quarta-feira (1), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o Jair Bolsonaro (PL) à inelegibilidade mais uma vez, agora por abuso de poder político nos eventos oficiais de 7 de setembro – ele e o candidato a vice, Braga Netto (PL), ficam sem poder disputar eleições até 2030. Em Brasília, o presidente Lula (PT) vem enfrentando um Congresso mais resistente a seu programa de governo do que em seus mandatos anteriores. Em comum, os dois olham para 2024 com as eleições municipais na mira. Numa conversa a três sobre política, Natuza Nery recebe Vera Magalhães, colunista do jornal O Globo, comentarista da rádio CBN e âncora do Roda Viva, da TV Cultura, e Thomas Traumann, colunista da revista Veja e do Poder 360. Neste episódio: - Vera fala sobre a mais recente condenação do ex-presidente que, agora, já deve enfrentar como “favas contadas” o fato de não ser candidato em 2026 – para ela, o objetivo de Bolsonaro passa a ser “manter a tropa unida”. E, para Thomas, o que resta a ele é “imitar Lula e tentar construir a imagem de que o bolsonarismo é alvo de perseguição”; - A dupla comenta os potenciais impactos da atuação tanto de Lula quanto de Bolsonaro nas eleições municipais do ano que vem – e destaca o papel da corrida eleitoral no Rio de Janeiro neste contexto, sobretudo depois da inelegibilidade de Braga Netto (PL). “Bolsonaro perdeu uma eleição e teve a liderança enfraquecida”, avalia Vera; - Os dois comparam os primeiros meses do mandato de Lula com os seus governos anteriores. “Ele não esperava essa resiliência do bolsonarismo e nem um Congresso tão empoderado como esse”, afirma Vera. “O governo Lula, para cada problema novo tem uma ideia velha”, resume Thomas; - Thomas comenta o hábito de Lula de observar de perto as pesquisas de aprovação - e como isso vai definir agendas para 2024. “Quando ele diz que no ano que vem não vai viajar e só ficará no Brasil, é resultado de pesquisa eleitoral”, relata.

Antônio Carlos

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Nascido na favela Morro da Cachoeirinha, na zona norte do Rio de Janeiro, um dos maiores nomes da TV, do cinema e da música brasileira se tornou ator quase que por acidente. Mesmo no auge da carreira de humorista, nos "Trapalhões", ele dizia não ter talento para atuação. O carioca foi parar na TV graças a sua paixão pelo samba, paixão esta que ele escondeu de muitos ao seu redor por um bom tempo, com medo de perder o cargo na Aeronáutica, onde trabalhou durante anos. O que Mussum não esperava, no entanto, é que sua aparição na telinha lhe levasse ao estrelato.

O estica e puxa em torno da meta fiscal

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Desde que o arcabouço fiscal foi apresentado pelo Ministério da Fazenda, a proposta de zerar o déficit primário já em 2024 foi recebida com ceticismo pelo mercado. Há meses, Fernando Haddad emprega esforços para aumentar receitas e equilibrar as contas da União, que esse ano vão ficar mais de R$ 100 bilhões no negativo. Até que na sexta-feira passada (27), o presidente Lula (PT) afirmou que será muito difícil cumprir a meta – o que abriu um descompasso com as falas de Haddad e gerou barulho no mercado financeiro. Para explicar as consequências da declaração do presidente na política fiscal do governo, Natuza Nery entrevista a economista Juliana Inhasz, professora do Insper. Neste episódio: - Juliana avalia que a meta “não é factível”: e que embora o governo busque novas fontes de arrecadação, ele também propõe mais gastos públicos. “É um governo mais caro diante de uma arrecadação que não cresce tanto assim”, resume; - Ela afirma que uma mudança na meta fiscal a essa altura faria com que o governo perdesse a credibilidade com os agentes do mercado e investidores. “Difícil desenhar cenário de Suíça para o Brasil. Ou seja, o mercado esperava um cenário mais realista”; - Juliana critica a “bateção de cabeça” entre ministro e presidente, sobretudo às vésperas da reunião do Copom que decidirá, nesta quarta-feira (1º), a taxa básica de juros: “Esse descompasso faz com que o mercado fique resistente e ruídos podem gerar pressões inflacionárias”; - A professora também comenta o papel do Congresso na busca por equilíbrio fiscal: “É muito perigoso. Pode haver um cenário de cada vez mais déficit”, conclui.

Israel x Hamas – crimes de guerra

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Desde o ataque terrorista do Hamas contra Israel no dia 7 de outubro, somam-se episódios de abuso contra o direito humanitário internacional. A começar pelo assassinato de civis e captura de reféns pelo grupo terrorista até a mais recente ofensiva israelense sobre a Faixa de Gaza – que vem sendo bombardeada e sofreu com o corte de água e energia elétrica. Para contar os últimos eventos da guerra e explicar os principais preceitos do direito humanitário, Natuza Nery conversa com a jornalista Paola de Orte, correspondente no Oriente Médio para a TV Globo e Globonews, e com Thiago Amparo, advogado, doutor, professor de direito internacional na FGV-SP e colunista do jornal Folha de S.Paulo. Neste episódio: - De Tel Aviv, em Israel, Paola relata os acontecimentos dos últimos dias no conflito: a ofensiva terrestre do exército de Israel sobre Gaza e o corte na comunicação dos palestinos, os desgastes políticos de Benjamin Netanyahu e a troca de ataque que viu in loco na cidade de Sderot. “Vemos fumaça cinza no céu e ouvimos o tempo todo o barulho das explosões”, resume; - Thiago justifica por que, para o direito humanitário internacional, independentemente da motivação da guerra é necessário que os dois lados respeitem as regras: “É para garantir regras básicas diante dessa realidade brutal e proteger civis e não-combatentes”; - Ele afirma que a regra da distinção é a “regra de ouro” do direito humanitário - ou seja, a diferenciação entre pessoas e coisas militares e civis. Thiago também comenta as regras da proporcionalidade e da precaução; - O professor opina sobre as violações humanitárias cometidas por Hamas e pelo Estado de Israel, como a captura e manutenção e reféns e a interrupção do acesso a água e energia. “O ataque indiscriminado a civis impõe sofrimento sistemático à população”, conclui.

Lavagem de dinheiro: como asfixiar o crime

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Chave para o funcionamento de esquemas criminosos como o tráfico de drogas e as milícias, a lavagem de dinheiro transforma o dinheiro ilegal em legal. A conhecida fórmula de “seguir o dinheiro” é uma das formas mais eficazes de sufocar o crime organizado. Mas para que haja investigação, é preciso acesso a órgãos de controle e fiscalização, a informações das 27 secretarias de segurança e uma boa relação com sistemas de inteligência. Para entender os desafios para desmontar a prática financeira que dá lucro ao crime, Natuza Nery conversa com o Pierpaolo Bottini, professor da Faculdade de Direito da USP. Neste episódio: - Pierpaolo justifica por que a “tática da prisão e repressão” não funciona para o combate ao crime organizado, mas, sim, “identificar, congelar e confiscar os recursos financeiros”. E lista as atividades favoritas para a prática de esquentar o dinheiro: negócios que giram dinheiro em espécie e setores que operam produtos de valor subjetivo; - Ele também argumenta que “o Coaf talvez seja o ponto mais relevante do combate ao crime organizado” - no ano passado, recebeu mais de 7 milhões de comunicações suspeitas: “Tem o papel de organizar as informações sobre lavagem de dinheiro”; - O criminalista fala sobre a importância de se identificar as atividades ilegais financiadas pelo tráfico de drogas e pelas milícias para “construir políticas públicas de mais qualidade”. “Mais importante que comprar milhares de viaturas é colocar servidores a mais no Coaf”, conclui.

Teaser - Mussum, o Podcastis

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Da carreira de músico com os Originais do Samba ao sucesso estrondoso em “Os Trapalhões”, Antônio Carlos Bernardes Gomes foi uma estrela múltipla. Brilhou na TV, cinema, teatro, passarelas de carnaval, estúdios de música e palcos Brasil afora e adentro. Mas você sabe como tudo começou? Como um jovem negro nascido em uma favela na zona norte carioca se tornou Mussum, um ídolo de várias gerações? Quais foram as intrigas e os problemas que ele enfrentou? Que legado ele deixou? “Mussum, o podcastis” é uma parceria entre g1 e Globo Filmes que, em cinco episódios, aprofunda detalhes da vida e da carreira de Mussum, retratado na cinebiografia “Mussum, o filmis”. Um artista que, como raríssimos outros, estabeleceu uma marca inigualável no imaginário e na cultura do Brasil.

Rio Negro: a seca histórica e as vidas que dependem dele

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Desde que se mede o volume do rio, há mais de 120 anos, ele nunca esteve tão baixo. Resultado de uma longa e intensa escassez de chuvas em uma das regiões mais úmidas da floresta amazônica. Assim, desde o Alto Rio Negro até ele se somar ao Rio Solimões e formar o Amazonas, mais de 600 mil pessoas sofrem as consequências desta seca - além do impacto ainda imensurável na fauna e flora. Entre as comunidades afetadas, está a aldeia Açaí-Paraná, em São Gabriel da Cachoeira, onde vivem cerca de 50 indígenas da etnia Piratapuya, às margens do Rio Uaupés. Um desses indígenas é Rosivaldo Miranda, que foi agente de manejo ambiental e, durante quase 10 anos, registrou as mudanças no clima da região. Diretamente de sua comunidade, ele relatou ao Assunto como tem sido a vida daqueles que dependem do rio: “A gente fica com medo de perder o rio. E sofrer as consequências”. Natuza Nery entrevista Jochen Schongert, pesquisador da coordenação de pesquisas em dinâmica ambiental do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e integrante do grupo de pesquisa Maua (Ecologia, Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas). Neste episódio: - Rosivaldo descreve como foram os últimos 3 meses para sua comunidade diante da estiagem. Ele relata a impossibilidade de navegar nos trechos mais secos dos rios, a queda na oferta de peixes para a pesca e até a ocorrência de queimadas no roçado de parentes. “A seca foi tão rápida que não deu para planejar nada”, conta. “A água ficou quente, parecia estar fervendo. E a gente depende muito do rio e da água pra sobreviver”; - Jochen explica como a elevação da temperatura da água, que chegou a superar os 39°C, resultou na morte de peixes e mamíferos aquáticos, caso dos botos – pelo menos 150 deles perderam a vida desde agosto. “É um enorme impacto para o ecossistema e para as comunidades ribeirinhas”, afirma; - Ele fala sobre as consequências da “anomalia climática” em toda a Amazônia e alerta para o risco de que a temporada de chuvas, que se inicia entre outubro e novembro, seja fraca: “E, com isso, vamos enfrentar nova seca severa no ano que vem”.

Israel x Hamas: diplomacia paralisada na guerra

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Mais uma vez, propostas para pacificar o conflito foram frustradas no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os textos apresentados por EUA e Rússia foram vetados, assim como aconteceu com a tentativa brasileira de apresentar um cessar fogo – o Itamaraty deve apresentar nova proposta nos próximos dias, com o apoio de países que não são membros permanentes do Conselho. E enquanto as lideranças falham em encontrar resoluções racionais para o conflito, quase 8 mil pessoas já perderam a vida. Para explicar o tabuleiro da diplomacia, Natuza Nery entrevista Tanguy Baghdadi, professor de relações internacionais na Universidade Veiga de Almeida e fundador do podcast Petit Journal, e Christopher Mendonça, professor de relações internacionais do Ibmec-MG. Neste episódio: Tanguy analisa o atual cenário do conflito e a expectativa internacional sobre a força que Israel irá empregar para invadir por terra a Faixa de Gaza – e como isso irá impor mais terror à população civil de lá. “A pergunta é para onde essas pessoas vão. Qual é a alternativa delas?”, questiona; Ele aponta duas dimensões para se observar neste momento: o discurso oficial das autoridades e aquilo que é dito “a portas fechadas”. Para ele, os votos no Conselho de Segurança são "um campo de disputa daqueles que os olhos veem” e o Brasil é um dos atores que tentam “destravar esse cenário”; Christopher comenta as críticas ao Conselho de Segurança, uma estrutura criada há 80 anos e que tem 5 países com direito ao veto: “Essa forma de decisão tem prejudicado que as resoluções de paz cheguem a sua formação”; Ele também fala sobre a "dilapidação do processo de tomadas de decisão da ONU” e o recente atrito entre o Secretário-Geral da organização e o chanceler israelense. “A ONU, a despeito de suas falhas, ainda é o principal órgão de mediação entre os Estados”, afirma.

Milícias no Rio – a origem e a associação ao tráfico

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Nesta semana, os moradores da Zona Oeste da capital fluminense viveram o terror daquele que foi o maior ataque ao transporte público da história da cidade – foram queimados 35 ônibus e 1 trem. Tratou-se de uma vingança do grupo mais poderoso da milícia, a Liga da Justiça, pela morte do miliciano apontado como número 2 da hierarquia na região e irmão do chefe maior do grupo criminoso. Ele foi morto em confronto com a Polícia Civil. Para explicar a atuação da milícia no Rio de Janeiro, sua relação com o narcotráfico e com as forças de segurança do Estado, Natuza Nery ouve Rafael Soares, repórter especial dos jornais O Globo e Extra, apresentador do podcast Pistoleiros e autor do livro Milicianos, que será lançado em novembro. Neste episódio: - Rafael define as milícias como “domínio territorial armado atrelado à exploração econômica” e detalha as diferenças entre seu modo de funcionamento e o do tráfico, que é “varejo de drogas”: “Apesar da aproximação dessas organizações, ainda vejo dois modelos diferentes coexistindo”; - Ele recupera a história de mais de quatro décadas das milícias na Zona Oeste do Rio de Janeiro, desde a estruturação de uma rede de transporte alternativo e de um suposto serviço de segurança para os moradores. “A situação atual de fragmentação da milícia é nova e há acordos com facções do tráfico”, afirma; - O jornalista descreve as três fases da história da Liga da Justiça, maior milícia do Rio, e como a política interna da organização criminosa resultou na expansão dos crimes e na aproximação com o tráfico. E informa como a morte recente de lideranças inaugura a terceira fase da milícia: “Há uma situação de guerra interna já há mais de um ano. E o Comando Vermelho vê a oportunidade de retomar territórios”; - Rafael também comenta as ineficazes estratégias de combate aos grupos criminosos organizados no Rio de Janeiro. Para ele, a “federalização pode ser uma medida interessante”, mas, antes, a gestão da segurança pública fluminense “precisa fazer o básico”: “Melhorar investigação de homicídio, equipar a estrutura de combate à milícia e investir em correção policial”, resume.

Massa x Milei – a surpresa na eleição argentina

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Ao contrário do que apontava a maioria das pesquisas, o 2º turno da eleição para presidente na Argentina inicia com vantagem para o candidato peronista Sergio Massa: ele registrou 36% dos votos neste domingo (22), superando o populista radical de direita Javier Milei, com 30%. Até o dia 19 de novembro, os dois disputam os votos da terceira colocada, a conservadora Patricia Bullrich (23%), e de candidaturas menores para conquistar a passagem para a Casa Rosada pelos próximos 4 anos. Para explicar os números do primeiro turno e projetar as próximas semanas de campanha, Natuza Nery entrevista Brian Winter, editor-chefe da revista Americas Quartely e analista de política latino-americana há 20 anos, e Maurício Moura, economista e professor da Universidade George Washington (EUA). Neste episódio: Brian justifica a surpresa com um segundo turno entre “o ministro da Fazenda do país com inflação de 140%” e “um economista outsider meio bolsonarista”. Ele avalia que Milei ainda irá crescer e ganhar votos de eleitores de Patrícia Bullrich, mas que parte do eleitorado de centro-direita considera “loucas as ideias dele”; O jornalista comenta que, embora o peronismo siga muito forte, o movimento político “teve seu pior desempenho em nível nacional na história moderna” e destaca o incentivo fiscal promovido pelo governo como “compra de votos” em prol de Massa; Maurício pondera as fraquezas e as qualidades de Massa e Milei aos olhos dos eleitores argentinos: Massa integra um governo com 2/3 de rejeição, e Milei investe em pautas conservadoras, sem aderência na maioria da população. "É uma batalha de rejeições”, resume; Ele fala sobre as dificuldades do vencedor, seja Massa ou Milei, em negociar com o Congresso argentino, que não tem nenhuma maioria formada na atual composição - embora a chapa de oposição tenha crescido muito nesta eleição. “A governabilidade será muito frágil”, conclui.

A Abin e o rastreamento de celulares

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Na sexta-feira (20), a Polícia Federal cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e mais 2 mandados de prisão preventiva de dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na operação que investiga o rastreamento de celulares sem autorização judicial. De acordo com a investigação, o software usado durante 2 anos e 4 meses durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) monitorou os passos de pelo menos 10 mil pessoas, entre elas servidores públicos, policiais, advogados, jornalistas, políticos e até ministros do Supremo Tribunal Federal. Para explicar o que aconteceu, Natuza Nery entrevista Joanisval Britto Gonçalves, especialista em inteligência de Estado e consultor legislativo do Senado para defesa nacional, e Christian Perrone, coordenador geral de direito e tecnologia do Instituto de Tecnologia e Sociedade, do Rio de Janeiro. Neste episódio: - Joanisval recupera a história da criação da Abin, em 1999. “A ideia era criar uma agência de inteligência adequada ao sistema democrático”, conta. “Porque não existe democracia no mundo que prescinda de estrutura de inteligência”; - Ele explica quais são os órgãos responsáveis pela fiscalização da agência e quais suas funções institucionais. “Há uma série de mecanismos de controle para sua atuação”, afirma; - Christian descreve como os dados de localização podem levar a inferência de dados sensíveis das pessoas investigadas; e cobra as agências de inteligência a justificarem o uso desse tipo de tecnologia: “Precisa ter uma justificativa muito clara e um interesse público muito importante pra acessar uma compreensão tão vasta da intimidade dessas pessoas”; - Ele aponta o risco de que esse tipo de abuso no acesso de informações privadas pode causar às instituições democráticas. “Até questões fundamentais das instituições do Estado democrático de direito estão tratadas aqui”, conclui.

Israel x Hamas – a guerra da desinformação

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A disputa de versões sobre quem causou a explosão em um hospital de Gaza expôs uma guerra dentro da guerra. Primeiro, o Ministério da Saúde de Gaza – comandado pelo Hamas – falou em 500 vítimas e culpou Israel. Logo depois, Israel disse que o local foi atingido por um foguete lançado pela Jihad Islâmica. O caso expõe como os dois lados disputam versões e até usam mentiras para controlar a narrativa do conflito – algo que se repete há séculos. Tudo potencializado pelas redes sociais, onde uma enxurrada de notícias falsas e deep fakes se espalha 6 vezes mais rápido do que notícias checadas e verificadas, como explica David Nemer em conversa com Natuza Nery. Professor da Universidade da Virgínia (EUA), Nemer reflete como a desinformação prospera mais facilmente em situações de raiva e de medo. Neste episódio: - David aponta alguns dos motivos pelos quais a guerra no Oriente Médio é solo fértil para a disseminação de tantas notícias falsas: trata-se de uma região de acesso restrito e as informações são controladas por agentes oficiais de ambos os lados. “A guerra é emocional e a desinformação prospera ainda mais em emoções negativas, como a raiva e o medo”, afirma; - Ele descreve como os algoritmos das redes sociais – e como seus modelos de negócio – favorecem a circulação de notícias que “geram emoções negativas”, uma vez que elas têm maior potencial de engajamento entre os usuários: “Elas levam o campo de batalha para o campo virtual”; - O pesquisador comenta também a pesquisa sobre a velocidade das mentiras nas redes sociais e o estrago causado por elas no corpo da sociedade. Ele cita os casos da suposta degola de 40 bebês em Israel e a de mensagens antissemitas em massa pelo Hamas como exemplos de conteúdos que fomentaram crimes de ódio contra israelenses e palestino ao redor do mundo; - David aconselha o uso de ferramentas para a checagem de informações, assim como a verificação da fonte destas informações. “E sempre lutar contra nosso viés pessoal de confirmação", conclui.

Gaza: catástrofe e falta de ajuda humanitária

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Sem água, sem comida, sem remédios... A Faixa de Gaza é alvo de bombardeios do Exército israelense há mais de 10 dias, e a população civil sofre com a falta de ajuda humanitária em meio a disparos de mísseis e foguetes. Nesta quarta-feira (18), os EUA barraram uma resolução da ONU que previa a instalação de um corredor humanitário - mas o governo liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, pressionado pela visita do presidente americano Joe Biden, autorizou a entrada de ajuda humanitária. Diretamente de Khan Yunis, o palestino Hasan Rabee relata a situação de quem aguarda para cruzar a fronteira com o Egito - ele que desde o início da guerra tenta deixar Gaza com a mulher e as duas filhas brasileiras. Natuza Nery também conversa com Tarciso Dal Maso, advogado e professor de Direito Internacional no Centro Universitário de Brasília. Neste episódio: - Tarciso descreve como funciona um corredor humanitário: "De um lado, chega ajuda humanitária; e do outro, pessoas precisam sair em segurança”. E justifica porque, no caso específico de Gaza, sua realização é tão complexa. “Há a necessidade de dialogar com diversos atores e a logística não é pequena”; - Ele explica as “duas linhas de atuação” do direito internacional humanitário: a proteção de pessoas civis e seus bens e a proibição de determinados métodos de combate – como uso de escudos humanos e de restrição de acesso a água e comida; - O advogado também comenta o “fortíssimo impacto psicológico” da guerra para as crianças e aponta outras consequências: difícil reinserção social, recrutamento como crianças-soldados e exploração laboral e sexual. “É também cenário propício para futuros radicalismos”, conclui.

O misterioso sumiço de armas do Exército

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No último dia 10, o quartel do Exército em Barueri, cidade da região metropolitana de São Paulo, confirmou o desaparecimento de um arsenal de guerra que estava sob seu domínio. Sumiram nada menos que 8 metralhadoras de calibre 7,62 e 13 metralhadoras de calibre .50 - são fuzis capazes de efetuar mais de 500 disparos por minuto e até derrubar aeronaves. Até agora, não há suspeitos, mas 480 militares seguem aquartelados, sob investigação do Exército. Para explicar o caso, Natuza Nery fala com Kleber Tomaz, repórter do g1 em São Paulo, e Bruno Langeani, gerente da área de sistema de justiça e segurança do Instituto Sou da Paz. Neste episódio: - Kleber informa a justificativa do Exército para não registrar Boletim de Ocorrência - embora a responsabilidade de encontrar as armas esteja com as polícias Civil e Militar do Estado de São Paulo. “O Exército demonstrou autossuficiência para esclarecer o desaparecimento, mas, uma semana depois, nada foi encontrado”, afirma; - O jornalista descreve as características e poder de destruição dos dois tipos de armas desaparecidas. E comenta a principal linha de investigação assumida pelo Exército: “A maior suspeita é de que haja envolvimento de militares”; - Bruno detalha o quão difícil é sumir com quase meia tonelada de armamentos – algumas dessas metralhadoras têm até 1,70 metro. “Com certeza houve planejamento, participação de gente de dentro e foi uma encomenda do crime organizado”, afirma. “São armas raras na mão do crime, e uma única arma dessa desestabiliza a segurança pública do país inteiro”; - Ele critica os erros do Exército na investigação do crime: são falhas na segurança física e falta de investimento no rastreamento das armas e no sistema de registro das armas.

Guerra no Oriente Médio – o potencial destrutivo

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Desde o ataque terrorista do Hamas, Israel não mede esforços em colocar em operação todo o seu poder militar – um arsenal com mais de 2 mil tanques e mais de 300 aeronaves de combate. E conforme o exército israelense ataca e acumula corpos na Faixa de Gaza, atores internacionais se posicionam no xadrez da geopolítica: sejam eles grupos armados como o Hezbollah, sejam países vizinhos como Arábia Saudita e Irã, ou ainda grandes potências globais, caso de EUA e Rússia. E novamente acende-se o alerta sobre o risco de uma escalada do conflito para patamares inéditos. Para avaliar esse risco e descrever a força militar dos envolvidos na guerra, Natuza Nery recebe Vitelio Brustolin, professor de relações internacional da UFF e professor adjunto na Universidade de Columbia (EUA), e também pesquisador da faculdade de Direito de Harvard. Neste episódio: - Vitelio compara o poder bélico de Israel e do Hamas. Ele lembra que Israel é um dos países que mais investe em força militar e conta com um exército com mais de 600 mil integrantes, entre militares ativos e reservistas - além de ser ambíguo sobre a posse de armas nucleares. “Do lado do Hamas, a estimativa é que sejam 30 mil terroristas no meio de uma população de 2 milhões de pessoas na Faixa de Gaza”, afirma; - Ele explica por que os escombros das construções em Gaza e os cerca de 500 quilômetros de túneis subterrâneos podem ser o maior desafio para a incursão terrestre do exército israelense: “É uma guerra 360 graus, e as forças armadas podem sofrer todo tipo de emboscada”; - Vitelio também fala sobre o aumento das tensões na fronteira norte de Israel com o Líbano, onde o grupo armado Hezbollah ameaça entrar na guerra em favor do Hamas – ambos financiados pelo regime iraniano. “Não é do interesse do Irã entrar nessa guerra, mas não interessa ao país a aproximação de nações árabes com Israel”, analisa; - O professor sentencia que “não é do interesse de ninguém que a guerra escale”. Isso porque a região é rica em petróleo, é rota de 90% do comércio mundial em via marítima e já há uma grande guerra (a da Ucrânia) que põe a Europa em risco: “A erosão da diplomacia poderia levar a humanidade a uma 3ª guerra mundial”.

A Argentina às vésperas da eleição

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No próximo domingo (22), os argentinos vão às urnas para escolher um novo presidente. Com a economia deteriorada – a inflação supera 100% ao ano – e depois de ver fracassar governos de direita (com Mauricio Macri) e de esquerda (com Alberto Fernandez), o eleitorado argentino flerta com um candidato que se posiciona contra tudo e contra todos: a grande estrela da campanha presidencial é Javier Milei, economista ultraliberal de extrema-direita. Milei aparece à frente nas pesquisas antes do primeiro turno. Em segundo lugar está Sérgio Massa, ministro da Economia do presidente Alberto Fernandez que, por brigas internas, sequer disputa a reeleição. Para entender os favoritos no domingo e os rumos políticos e econômicos da Argentina, Julia Duailibi conversa com Ariel Palacios, correspondente da Globo em Buenos Aires. Neste episódio: - Ariel aponta o que faz desta eleição diferente e explica que o fato de o candidato governista Sergio Massa ter ficado em terceiro lugar nas prévias representou “um choque para o peronismo”, algo que nunca aconteceu antes. “Para o peronismo é um trauma fora do normal”, diz; - O correspondente lista as peculiaridades de Javier Milei, candidato que chegou à política “pelas vias mais absurdas”; - Ariel explica como, apesar da catástrofe econômica, o ministro da Economia Sergio Massa se viabilizou como candidato do peronismo; - E conclui que, independentemente de quem for eleito, “a Argentina vai afundar mais na crise, não há saída a curto ou médio prazo”.

Israel x Palestina: a história do conflito

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O ataque terrorista do Hamas sobre o território israelense deu início a mais um capítulo de uma disputa milenar pelo controle da região que é berço das três maiores religiões ocidentais. Para abordar e explicar essa história de expulsões, perseguições, conflitos militares e terrorismo, Julia Duailibi entrevista Guilherme Casarões, professor da FGV-SP, doutor em ciência política, mestre em relações internacionais com especialização em nacionalismo judaico e pesquisador convidado da Universidade de Tel Aviv. Neste episódio: - Casarões recupera a história de milênios de ocupação de Jerusalém e seus arredores. Ele lembra que a tradição judaica reivindica mais de 5 mil anos no local que hoje compreende o Estado de Israel; mas que também os palestinos argumentam que já estavam lá desde os cananeus, há 10 mil anos; - Ele aponta que o início do conflito moderno se deu na virada do século 19 para o século 20, num momento em que despontam o sionismo e o nacionalismo árabe: “É quando começam aparecer os projetos nacionais como projetos políticos”. E completa que a disputa escala de nível com o plano de partilha proposto pela ONU para a criação dos Estados israelense e palestino - o que nunca aconteceu; - O professor descreve os efeitos das guerras dos Seis Dias (1967) e do Yom Kippur (1973) na formulação “da dinâmica que rege até hoje esse conflito” - com a primazia do domínio israelense sobre o território -, e como elas repercutiram para o crescimento da Organização para a Libertação Palestina; - Casarões explica as duas principais tentativas de acordo de paz entre Israel e os Estados árabes. O primeiro no Camp David (EUA) ao fim da década de 1970 entre Israel e Egito. E o segundo assinado em 1993: o Acordo de Oslo, entre as autoridades israelenses e palestina, definiria a divisão definitiva dos territórios entre os dois Estados. Nos dois casos, o processo de entendimento foi interrompido pelo assassinato de lideranças políticas por extremistas; - Por fim, ele comenta o aumento das tensões resultante da eleição do grupo terrorista Hamas como representante do povo palestino da Faixa de Gaza – resultado da única eleição realizada por lá, em 2006: “Vira uma guerra interna entre o Hamas e o Fatah” - organização palestina moderada.

A vida em Gaza durante a guerra

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Imediatamente depois de o Hamas cometer os atentados terroristas contra a população de Israel no último sábado, forças israelenses responderam com ataques à Faixa de Gaza. O território de 365 km² abriga 2 milhões de pessoas e tem um dos maiores adensamentos populacionais do mundo. A região, comandada pelo Hamas, é alvo de embargos de Israel. E desde segunda-feira está sob o que o premiê israelense chama de “cerco completo”: há cortes de luz, de água e até de comida. Para entender a situação da região que lida há anos com uma grave questão humanitária, O Assunto reuniu o depoimento de dois palestinos que vivem as consequências diretas da guerra entre Hamas e Israel. Hasan Rabee mora em São Paulo e foi até Gaza visitar a mãe. Abud Zaki viveu no Brasil por 9 anos e resolveu voltar a Gaza em junho do ano passado. Além deles, Julia Duailibi conversa com Adriana Carranca, jornalista brasileira que esteve em Gaza em 2010. Neste episódio: - Hasan e Abud relatam como suas famílias reagiram aos primeiros bombardeios. Abud lembra que em outros conflitos, havia aviso prévio de que haveria um ataque em determinada região, mas que agora “eles não avisam e só jogam a bomba”. Hasan conta que tenta acalmar as filhas de 3 e 5 anos “mentindo que o barulho das bombas são barulhos de festa”; - Os dois também descrevem a dificuldade em ter acesso a água potável, energia elétrica, internet e até comida. “Está tudo fechado, e quem anda na rua pode ser morto porque cai bomba em todo o lado”, afirma Hasan. “O povo vai morrer de fome e de sede, aqui não tem nada”, resume Abud; - Adriana detalha as diferenças entre os dois lados do muro que divide Israel e a Faixa de Gaza – e informa como funcionam os túneis subterrâneos usados pelos palestinos para promover mercados informais. Ela também explica por que os palestinos vivem “em situação de prisão a céu aberto”, sem autorização para deixar a região; - Ela afirma que “a maioria da população em Gaza não apoia o Hamas” e destaca que também em Israel houve uma série de protestos contra o atual governo de extrema-direita “responsável pela política de negar aos palestinos o seu Estado”.

O Brasil no topo da ginástica artística mundial

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O Mundial de Ginástica Artística da Antuérpia, na Bélgica, colocou de vez a equipe brasileira na elite do esporte. Rebeca Andrade liderou as conquistas com 5 medalhas – um recorde para o Brasil. Ela subiu ao topo do pódio no salto sobre a mesa, vencendo a multicampeã Simone Biles (EUA), e levou para casa mais uma de bronze (na trave) e três de prata: no individual geral, no solo e na competição por equipes – medalha inédita para o esporte brasileiro. O time completo teve participação de Flávia Saraiva (que também obteve bronze no solo), Lorrane Oliveira, Jade Barbosa, Júlia Soares e Carolyne Pedro. Para entender o ineditismo das marcas conquistadas pelas ginastas brasileiras, Julia Duailibi conversa com Daiane dos Santos, primeira brasileira a conquistar o ouro na competição em 2003. Neste episódio: - Daiane descreve como Rebeca Andrade é a “representatividade de todo esforço e garra do esporte”, o que faz dela uma atleta excepcional. “A Rebeca é tão enaltecida hoje quanto a Simone Biles”, afirma; - Ela fala ainda sobre o papel de Flávia Saraiva e Jade Barbosa, duas ginastas fundamentais para a prata inédita no Mundial. Para Daiane, “Jade tem um olhar de liderança” e Flávia é dona de uma “ginástica linda, com personalidade carismática, que alegra a contagia”; - A comentarista analisa em quais condições o Brasil vai chegar aos Jogos Olímpicos de Paris, no ano que vem: será vista como a segunda melhor equipe do mundo. “Com certeza a seleção vai buscar mais resultados e quebras de recordes”, afirma; - Daiane, uma das responsáveis pela popularização do esporte no país, comenta também os desafios para a ginástica brasileira. “A gente precisa das portas do esporte abertas com projetos sociais e espaços públicos”, afirma. E conclui: “é difícil você saber que tem talento sem você ter o direito de fazer parte do esporte”.

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