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1654 episodes from Brazil

Yanomami: genocídio e outros crimes

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Não começou em 2018, com a eleição à Presidência da República, a saga de Jair Bolsonaro (PL) pró-garimpo em terras indígenas. No ano de 1998, em pronunciamento na Câmara dos Deputados, onde era parlamentar, sugeriu “dizimar” os povos indígenas. Duas décadas depois, instalado no Palácio do Planalto, Bolsonaro liderou o desmonte das políticas públicas dedicadas a esta parcela da população brasileira e instigou a proliferação de garimpeiros ilegais em terras demarcadas. No centro do ataque está a maior delas, a Terra Indígena Yanomami, onde centenas sofrem com malária e desnutrição - tragédia humanitária que pode incriminar o ex-presidente por genocídio. Para explicar as ações e omissões do Governo Federal no caso da etnia Yanomami, Natuza Nery conversa com a advogada Juliana de Paula Batista, assessora jurídica do Instituto Socioambiental, e Eloísa Machado, professora de direito constituição na FGV-SP e uma das advogadas que atuam na denúncia contra Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional. Neste episódio: - Juliana lista as decisões da Justiça que obrigavam o Governo Federal a empregar medidas de proteção aos yanomamis: “Nada, ou quase nada, foi feito”, resume; - Ela descreve as responsabilidades do Ministério da Justiça, do Ministério do Meio Ambiente e do Exército na série de malfeitos que resultou na “explosão de garimpos” e suas consequências na saúde pública indígena; - Eloísa relaciona a “política anti-indígena” adotada na gestão Bolsonaro às denúncias de genocídio: “Tudo isso junto mostra intenção de destruir esse grupo”; - Ela explica a quais indiciamentos o ex-presidente pode responder no Tribunal Penal Internacional e o recente inquérito pedido pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, à Polícia Federal.

Yanomami: a emergência de saúde

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Entre 2019 e 2022, durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL), pelo menos 570 crianças yanomami morreram de causas evitáveis — um aumento de quase 30% em relação aos 4 anos anteriores. Uma crise humanitária que envolve garimpo ilegal, desnutrição, epidemia de malária, falta de remédios e ausência total do Estado. Para dimensionar as perdas humanas e explicar a sucessão de decisões política que configura aquilo que o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirma ser “forte materialidade de genocídio”, Natuza Nery conversa com André Siqueira, médico da Fundação Oswaldo Cruz e enviado do Ministério da Saúde à região, e Dario Kopenawa, vice-presidente da Associação Hutukara Yanomami. Neste episódio: - André relata as “condições angustiantes e bastante graves” as quais os indígenas estavam submetidos quando chegou à Terra Indígena: “É comovente, é uma dor coletiva”; - O médico aponta os fatores que contribuíram para a emergência sanitária: faltou suporte dos órgãos de Estado no diagnóstico de doenças e na assistência nutricional; - Dario acusa o governo Bolsonaro de ser aliado de empresários do garimpo ilegal e de saber desde o primeiro ano de mandato da situação do povo Yanomami: “Ele não tinha interesse em cumprir o seu papel como presidente da República”; - Sobre as trágicas imagens de crianças e idosos subnutridos que correram o mundo, o líder indígena explica por que na cultura de seu povo é proibido tirar fotos de quem está doente: “A fotografia também pega a alma da pessoa”.

Militares na política: o intervencionismo

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Durante cerca de dois meses, grupos golpistas se concentraram em frente a quartéis do Exército pelo país clamando por intervenção verde-oliva – o que, de acordo com a Constituição Federal, é crime. Não houve qualquer repressão. Pelo contrário, os grupos foram protegidos pelos oficiais militares, inclusive durante o ataque terrorista contra os prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro. O ministro da Defesa, José Múcio, balançou no cargo e o presidente Lula (PT) prometeu punição “não importa a patente”. Depois que a temperatura subiu entre o Alto Comando e o governo federal, uma reunião na última sexta-feira (20) aparentemente apagou o incêndio. Para entender esse cenário de alta instabilidade, Natuza Nery recebe o antropólogo Piero Leirner, professor titular da Universidade Federal de São Carlos, que pesquisa as Forças Armadas há mais de três décadas. Neste episódio: - Leirner esclarece que muitos daqueles que acamparam em quartéis integram a “Família Militar” e agem sob o “controle coletivo da instituição”; - Ele recorda que a construção da candidatura de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência começou em 2014, “no interior da instituição militar” antes de ganhar densidade e se consolidar; - O antropólogo descreve o modus operandi das Forças Armadas para impor suas “pautas corporativas” a outras instituições de Estado: “além da politização da caserna, é uma militarização da política”; - Por fim, ele diz acreditar que, entre governo e militares, “a reconciliação já está feita” - e explica os porquês.

Americanas: o escândalo contábil

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Surpresa e incredulidade tomaram o mercado assim que o recém-empossado presidente da gigante varejista anunciou “inconsistências contábeis” da ordem de R$ 20 bilhões. Seria o maior tombo já registrado pela empresa que nasceu como uma lojinha de rua em Niterói, em 1929, e convertida em uma companhia com mais de 40 mil funcionários, sob o controle acionário da 3G Capital, dos bilionários brasileiros Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles. Ficaria ainda pior: a dívida revisada chega aos R$ 43 bilhões e a Americanas agora está em recuperação judicial. Neste episódio, Natuza Nery entrevista a jornalista Mariana Barbosa, editora da coluna “Capital” do jornal O Globo. - Mariana descreve a prática irregular na contabilidade da empresa que configurou a “fraude” que elevou a dívida de R$ 8 bilhões para mais de R$ 40 bilhões; - Explica o que é uma recuperação judicial e quais as consequências para a Americanas e para os fornecedores – e o que significa a forte reação do banco BTG Pactual; - E aponta os possíveis próximos capítulos: perda para pequenos investidores, venda de ativos de alto valor e muitas demissões.

Natuza Nery entrevista Lula

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Na manhã desta quarta-feira (18), o presidente Lula (PT) recebeu Natuza Nery e a equipe da GloboNews no Palácio do Planalto e concedeu sua primeira entrevista exclusiva desde que assumiu a Presidência da República pela terceira vez. Lula falou sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, a relação do Executivo com as Forças Armadas, o agrupamento internacional de forças para frear a extrema-direita, as negociações com o novo Congresso eleito e as prioridades do Orçamento federal. Neste episódio especial de O Assunto: - O presidente recorda como foi informado sobre os ataques aos Três Poderes em Brasília e o passo a passo da reação: “Fiquei com a impressão de que era o começo de um golpe de Estado”; - Recusa o tom de “caça às bruxas” contra as forças de segurança, mas diz ter “mágoa” da negligência: “Minha inteligência não existiu”. O presidente, agora, promete punição; - Conta que chamou os comandantes das Forças Armadas para uma conversa e fala sobre “despolitizar” as corporações militares; - Lista as lideranças globais com quem já falou sobre a necessidade de formar uma “unidade” para barrar o “ressurgimento do nazismo e do fascismo”; - Destaca suas discordâncias em relação ao teto de gastos e à independência do Banco Central, mas reforça seu compromisso com a agenda fiscal: “É preciso que haja uma contrapartida social. Nós queremos uma sociedade de classe média”; - Reforça a necessidade de realizar a reforma tributária com a promessa de campanha de isentar salários de até R$ 5 mil no Imposto de Renda. E diz estar otimista em formar maioria no Congresso para aprovar a proposta.

8 de janeiro – a preocupação internacional

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Dois anos depois do ataque ao Capitólio, nos EUA, o mundo voltou a ver um ato de terrorismo contra os poderes constituídos de uma democracia. Dessa vez, o palco do movimento de extrema-direita foi Brasília, e o Brasil entrou no centro da pauta de lideranças globais e de instituições multilaterais – que, unânimes, condenaram os atos de golpismo e reforçaram apoio à democracia brasileira. Neste episódio, Natuza Nery conversa com o analista político Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da FGV-SP e colunista do Estadão. - Oliver diz que, à luz dos ataques ao Capitólio e aos três Poderes em Brasília, analistas internacionais observam o risco de “uma onda de vandalismo contra parlamentos” nas principais democracias do mundo; - O analista político explica por que o “medo do contágio global” da erosão democrática coloca o Brasil em evidência e destaca a importância de uma “punição exemplar, rápida e visível” aos olhos da comunidade internacional; - Ele também destaca como “o apoio internacional à democracia” foi fundamental para pautar a atuação das Forças Armadas na crise do golpismo de 8 de janeiro.

A farra do cartão corporativo

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A queda do sigilo nos dados do cartão corporativo da Presidência da República durante os 4 anos de mandato de Jair Bolsonaro (PL) escancarou um gasto superior a R$ 27 milhões. Na fatura revelada pelo Planalto estão despesas superlativas em hospedagem de luxo (R$ 13,6 milhões ao todo) e na compra de marmitas (R$ 109 mil pagos a apenas uma lanchonete em Boa Vista, Roraima) e de sorvetes (mais de R$ 8 mil em um único dia). Para explicar as funções e as responsabilidades no uso do cartão corporativo, Natuza Nery conversa com Leopoldo Ribeiro, professor de orçamento e finanças públicas da Escola de Políticas Públicas e Governo da FGV-Brasília, e com o jornalista Luiz Fernando Toledo, cofundador da agência independente de jornalismo de dados Fiquem Sabendo. Neste episódio: - Leopoldo recorda a criação do dispositivo em 2002 e seu objetivo de dar “mais flexibilidade, agilidade e eficiência à administração pública”; - Ele detalha também a quais agentes da máquina pública é permitido o uso do cartão e sob quais regras: “o mais importante é que seja transparente”, diz; - Luiz Fernando explica por que a lei permite que todas as informações que ponham em risco a segurança do presidente - por exemplo, os gastos com hospedagem e alimentação - fiquem em sigilo durante todo o mandato; - O jornalista demonstra surpresa diante da discrepância nos números divulgados pelo governo federal e pelo Portal da Transparência: “são gastos só do presidente? Ainda não sabemos”.

A defesa da democracia na prática

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Os últimos meses registram o crescimento da onda golpista em reação ao resultado das urnas em outubro de 2022. A reação democrática se deu em manifestações de ruas, no discurso de autoridades e nas centenas de cartas e notas publicadas por instituições de Estado e da sociedade civil. Na agenda oficial, somam-se ações do Legislativo, do Judiciário e dos ministérios recém-empossados pelo novo governo federal. Para avaliar o que efetivamente pode ser feito nos próximos anos pelos Poderes em favor da ordem democrática, Natuza Nery entrevista Beto Vasconcelos, ex-secretário nacional de Justiça e professor no Insper no curso de Governança e Compliance. Neste episódio: - Beto avalia os riscos e cuidados associados à reformulação da legislação sobre terrorismo, assim como de uma procuradoria recém-criada pela Advocacia Geral da União e que foi alvo de críticas; - Analisa o papel que uma Comissão Parlamentar de Inquérito pode desempenhar na investigação dos atos criminosos do dia 8 de janeiro, somada a outras iniciativas como uma nova Comissão Nacional da Verdade; - Pondera os desequilíbrios que levaram ao protagonismo do Judiciário nos últimos anos desta missão.

Participação popular de volta ao governo

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Em 2019, após completar 100 dias de mandato, Jair Bolsonaro extinguiu todos os conselhos, comissões e comitês que não tenham sido criados em lei – o equivalente a 75% dos órgãos participativos mais importantes do país. Ao assumir o Planalto, a atual gestão promete reverter essa política ao assinar decreto que remove impedimentos à participação social e anunciar a retomada de organizações de diálogo com a sociedade civil. Para analisar o que muda sob o comando de Lula, Natuza Nery entrevista a cientista política Carla Bezerra, pesquisadora do Centro de Estudos da Metrópole, da USP, e do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), que assessorou o Conselho de Participação Social do Gabinete de Transição. Neste episódio: - Carla explica como a Constituição Federal define a participação do povo nas tomadas de decisão do Estado, e quais são os “mecanismos e princípios gerais de políticas públicas” para tal; - Ela, que trabalhou na produção de um levantamento sobre o impacto dos decretos de Bolsonaro, fala sobre as consequências da perda de poder dos comitês e comissões nas políticas públicas brasileiras – especialmente no Meio Ambiente e nos Direitos Humanos; - A cientista política analisa também a relação entre novos formatos de participação da sociedade civil – inclusive a partir da nomeação de novas ministras como Anielle Franco (Igualdade Racial) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas – e as pressões pela governabilidade do Executivo diante do Legislativo.

O Estado sob tensão: a ameaça golpista

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Ainda sob o impacto do atentado contra a democracia que tomou de assalto as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário em Brasília, os líderes dos três Poderes agem para evitar mais ataques. E nesta quarta-feira a temperatura voltou a subir: diante da convocação para um novo ato terrorista nas redes sociais, a autoridade de intervenção federal ordenou a interdição da Esplanada dos Ministérios e o reforço da segurança pública. Neste episódio, Natuza Nery recebe o jornalista Thomas Traumann, colunista da revista Veja e do Poder 360, para analisar a reação das instituições diante da ameaça golpista: - Thomas avalia que as forças de segurança “passaram no teste da índole legalista” desta quarta-feira, ao contrário da postura “leniente à violência” vista no domingo; - Natuza e Thomas descrevem o papel do ministro da Defesa, José Múcio, na interlocução com os comandantes das Forças Armadas – e revelam os bastidores do encontro dos ex-ministros da pasta em prol da manutenção de Múcio no cargo; - Os jornalistas debatem os objetivos dos atos golpistas. Para Thomas, “eles sabiam que não eram capazes de dar um golpe de Estado, mas achavam que poderiam impedir o governo de funcionar” pela via do caos.

Por dentro do acampamento golpista

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Desde o início de novembro, os jornalistas Pedro Borges, Anna Reis e Afonso Ferreira se mantiveram infiltrados dentro do grupo de bolsonaristas que ocupou a frente do quartel general do Exército em Brasília. Neste período, eles circularam pela robusta estrutura de barracas, banheiros químicos e áreas de alimentação cujo financiamento ainda é desconhecido. E observaram o recrudescimento do discurso golpista e o aumento da radicalização violenta até os atos terroristas de domingo. Neste episódio, Natuza Nery conversa com Anna e Afonso, que relatam tudo o viveram nos últimos dois meses: - Afonso descreve um “ambiente hostil” no qual os golpistas circulavam com pedaços de pau nas mãos atrás de eventuais “esquerdistas infiltrados” no movimento; (2:25) - Anna dá detalhes da estrutura do acampamento, da rotina das refeições e dos métodos de arrecadação de recursos realizada entre os radicais - “a conta não bate para uma estrutura tão grande”; (5:25) - Os jornalistas contam sobre a escalada na radicalização golpista. Afonso recorda a conversa que ouviu entre radicais dispostos “a matar e a morrer” e Anna fala sobre o “orgulho” daqueles que voltaram lesionados dos atos de domingo; (15:20) - Eles relatam também o processo de desmonte do acampamento e como os terroristas já começam a articular novos movimentos – e já falam em “tacar fogo” nos prédios dos Poderes. (27:45)

A incubadora de terroristas no Brasil

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Durante pelo menos seus 4 anos de mandato, Jair Bolsonaro (PL) incentivou o golpismo entre seus apoiadores, numa série de abusos que expôs milhares de brasileiros aos riscos da pandemia e sequestrou a data da Proclamação da Independência do país. Como reação ao resultado das urnas em 2022, grupos bolsonaristas questionaram a legitimidade do processo eleitoral, bloquearam estradas e fizeram campanas em frente a quartéis das Forças Armadas – uma escalada autoritária que culminou no mais grave atentado contra o Estado Democrático de Direito, neste domingo. Para explicar como este movimento radical se estruturou no Brasil, Natuza Nery conversa com a antropóloga Isabela Kalil, coordenadora do Observatório da Extrema Direita e do curso de Sociologia e Política da Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Neste episódio: - Isabela descreve as três principais características da “extrema direita contemporânea” e o papel do “apito de cachorro” na lógica de mobilização desses grupos; - Para ela, o golpismo pode entrar em uma nova fase “pós-bolsonarista”: um movimento menos numeroso em relação a apoiadores, mas com “maior grau de violência e radicalidade”; - A antropóloga descreve a movimentação em redes da horda bolsonarista e como o discurso "dúbio" do ex-presidente é combustível para o processo de “dissonância cognitiva” de seus apoiadores.

Golpismo bolsonarista toma Planalto, Congresso e STF

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A Praça dos Três Poderes foi o cenário do mais grave atentado terrorista contra o Estado Democrático de Direito brasileiro. Pouco antes das 15 horas de domingo, dezenas de milhares de golpistas organizados invadiram as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal e vandalizaram parte da estrutura dos prédios e destruíram patrimônio público - a lista de objetos danificados tem documentos, mesas, cadeiras, obras de arte, computadores e outros equipamentos eletrônicos. Uma série de eventos que ocorreu sob a complacência dos agentes de segurança do Distrito Federal. Neste episódio, Natuza Nery conversa com Miriam Leitão, jornalista da TV Globo, da Globonews, do jornal O Globo e da rádio CBN, sobre os significados e as consequências deste dia 8 de janeiro: - Miriam descreve o passo a passo das “cenas inacreditáveis de profanação” das sedes e dos símbolos dos três Poderes da República - e questiona sobre quem financiou os atos golpistas; - Ela explica por que autoridades como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o governador afastado do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) podem ser responsabilizados criminalmente “por ação ou omissão”; - A jornalista analisa a “decisão moderada” de Lula (PT) de decretar a intervenção federal no DF – que irá durar até 31 de janeiro e terá o comando de uma liderança civil; - Miriam comenta ainda a atuação do ministro da Defesa, José Múcio, que fez “avaliação absolutamente equivocada” em relação aos manifestantes que passaram meses em frentes aos quartéis. E alerta para o “golpismo” em setores das Forças Armadas.

A crise nas gigantes da tecnologia

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Uma onda de demissões em massa vem atingindo uma a uma as maiores empresas de tecnologia do Vale do Silício. Nos últimos meses, Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), Alphabet (Google e Youtube), Twitter (recém comprada pelo bilionário Elon Musk), Apple, Amazon e Microsoft, entre outras, cortaram dezenas de milhares de profissionais - um pessimismo que não se via desde o estouro da bolha da internet, em 2000. Para explicar as causas e as consequências do derretimento das “big techs”, Natuza Nery conversa com o jornalista Pedro Doria, colunista do jornal O Globo e editor do Canal Meio, que cobre o setor de tecnologia há quase três décadas. Neste episódio: - Pedro relaciona as políticas restritivas da pandemia com a expectativa das gigantes da tecnologia de que “digitalizaríamos cada vez mais a nossa vida” - e como isso gerou um boom de expansão e contratações; (3:25) - Explica a cadeia de investimentos de risco por trás da cultura de inovação do Vale do Silício, e o impacto provocado pela alta dos juros nas grandes e nas pequenas empresas do setor; (8:15) - E posiciona a China no quebra-cabeça da indústria da tecnologia: o país concentra grande parte da manufatura do setor e tem companhias que buscam protagonismo global. (17:30)

Explosão de Covid na China

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Depois de quase três anos de Covid zero, a política chinesa de prevenção contra o coronavírus entrou em colapso. No segundo semestre do ano passado, o número de casos cresceu na mesma proporção em que as medidas de isolamento social foram enrijecidas e parte da população reagiu, dando início a uma série de manifestações nas ruas de grandes cidades do país - protestos que colocaram em alerta até o regime central em Pequim. Xi Jinping, então, propôs um giro de 180° no combate à pandemia, um “liberou geral” que pode resultar em mais de 1 milhão de mortes, novas variantes e recuo na economia global. Neste episódio, Natuza Nery recebe Maurício Santoro, professor de relações internacionais da UERJ, onde faz parte do Núcleo de Estudos sobre China, e Julio Croda, infectologista da Fundação Oswaldo Cruz. - Maurício traça a linha do tempo dos protestos e das reações do governo chinês, a começar pela onda de protestos iniciada em novembro até a “transformação súbita” nas medidas sanitárias contra a Covid; (4:35) - Ele explica por que o sistema de saúde chinês e a vacinação aquém do adequado, sobretudo entre os idosos, podem ser insuficientes para dar conta de atender uma população superior a 1 bilhão de pessoas; (9:30) - E analisa as consequências de uma eventual desaceleração da capacidade produtiva chinesa nas cadeias de produção global e seus “potenciais inflacionários” em todo o mundo – inclusive no Brasil; (19:40) - Julio Croda fala sobre a importância de monitorar o surgimento de novas variantes e justifica por que as medidas de restrição a turistas chineses no Ocidente podem ter impactos negativos neste aspecto. (22:50)

O STF no governo Lula 3

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Neste ano dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se aposentarão compulsoriamente: Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Com o direito a duas indicações para o tribunal, o presidente Lula (PT) terá uma Corte diferente para lidar. Para entender o que esperar da relação entre os poderes Executivo e Judiciário, Natuza Nery conversa com Eloísa Machado, professora de direito constitucional da FGV. Neste episódio: - Eloisa avalia que as duas próximas nomeações serão "as mais importantes no STF" e explica o porquê; - A pesquisadora do STF traça o perfil de Lewandowski e Weber; - Avalia o tamanho da influência de Lula no Supremo.

A responsabilização pelos crimes da pandemia

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Em seu primeiro discurso após tomar posse, o presidente Lula (PT) enfatizou que haverá apuração e punição dos delitos cometidos na gestão do governo Bolsonaro da pandemia. A fala coloca em evidência as violações atribuídas ao ex-presidente, - somente no relatório final da CPI da Covid são 9. E também a omissão em iniciar qualquer investigação pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Para entender do que se tratam essas acusações, Natuza Nery conversa com Deisy Ventura, professora titular de Ética da Faculdade de Saúde Pública da USP e coordenadora, na USP, de um estudo que analisou mais de 3 mil normas relacionadas à Covid-19 baixadas pela gestão Bolsonaro. Neste episódio: - Deisy indica o que pode mudar na coleta de provas com novos depoimentos e documentos vindo a público por esforço do novo governo; - A jurista interpreta os sentidos do uso da palavra "genocídio" nessa discussão; - Como as palavras de ordem por "Sem Anistia" surgidas neste domingo dialogam com outros momentos da história do Brasil; - O episódio ainda conta com um depoimento exclusivo de André Maya Monteiro sobre o seu pai, o designer Claudio Maya Monteiro, preso torturado pela ditadura em 1970 e, décadas mais tarde, morto pela Covid-19 dias antes do início da vacinação no Brasil.

A estreia do terceiro mandato de Lula

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No último domingo (1º) o presidente Lula tomou posse pela terceira vez. A cerimônia contou com discursos marcantes do presidente e a entrega da faixa pela sociedade civil - um grupo de oito pessoas subiu a rampa com Lula. O grupo representava a diversidade da população brasileira. Neste mandato, Lula enfrenta o desafio de governar o país com uma popularidade menor do que tinha antes. Somado a isso, estão as dificuldades orçamentárias e uma preocupação com a radicalização da oposição ao governo. Neste episódio, Natuza Nery conversa com o jornalista Fábio Zambeli, analista-chefe em São Paulo do Jota, e que há quase 3 décadas se dedica à cobertura política, sobre os momentos marcantes da posse e o que eles representam: - Segundo Zambeli, a caminhada na rampa do Palácio do Planalto foi uma solução sob medida para Lula, que teve uma subida triunfal; - Ao analisar os discursos de Lula durante a posse, o jornalista avaliou que Lula adotou um tom mais duro no Congresso, para demarcar limites que vão na contramão de quem precisa expandir a base política para governar. A fala aos parlamentares, para Zambeli, mostrou que o presidente busca o protagonismo na agenda, sem trégua ao governo que saiu de cena. Já o discurso no parlatório foi voltado a toda a população, e não apenas aos que votaram nele. - O jornalista destacou que Lula nunca adotou a cartilha liberal, e que tem o desafio de explicar como vai aplicar uma nova regra fiscal sem levar as contas públicas ao colapso.

EXTRA: A cara do governo Lula 3

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Na última quinta-feira (29), depois de seguidos atrasos, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva terminou de montar sua nova equipe. Foram anunciados os 16 ministros que faltavam de um total de 37 pastas. Na nova leva, mais mulheres, a primeira ministra indígena da história do Brasil e nomes das siglas que podem compor a futura base de Lula no Congresso Nacional. Neste episódio, Natuza Nery conversa com a jornalista Vera Magalhães -- colunista do jornal O Globo, comentarista da rádio CBN e apresentadora do programa Roda Viva, da TV Cultura -- sobre quem saiu vitorioso e quem saiu perdendo neste processo e quais os sinais emitidos pela formação do governo Lula 3: - Segundo Vera, "pode ser um governo amplo, um governo diverso, mas é um governo em que o core é petista, tanto na área econômica, quanto na área política"; - Ao analisar os ganhos em termos de diversidade, a jornalista destaca o fato de termos, pela primeira, uma mulher no comando da Saúde: "que é dos dois grandes ministérios em termos de orçamento e de política na ponta. Isso é algo histórico e que tem o potencial de ser muito bom para a valorização das mulheres"; - Sobre o papel dos partidos do que Vera classifica como "novo centrão" na governabilidade futura, ela diz que é uma história ainda "está para escrita", já que algumas das siglas do "centrão velho" ficaram muito "compradas em ações do Bolsonaro e do orçamento secreto, duas coisas que estão de saída", como o Republicanos e o PP -- que Arthur Lira tentará "levar mais para perto do governo". - Vera também aborda as aparentes dissonâncias entre o ministro da Defesa, José Mucio, e da Justiça, Flávio Dino, em relação ao desmantelamento do acampamento bolsonarista na frente do QG do Exército. Os manifestantes pedem intervenção militar, o que é vedado pela Constituição. "Tende a ser tomada uma providência para desocupar realmente os quartéis. E não pode ficar só nas costas do Alexandre de Moraes".

Pelé, o Rei

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Único jogador de futebol com três títulos do Copa do Mundo, Pelé morreu neste 29 de dezembro aos 82 anos. Ele, que defendeu o Santos por quase 20 anos, foi o brasileiro mais famoso do século XX. Além dos números inalcançáveis, como os mais de 1200 gols marcados, foi garoto-propaganda e embaixador do esporte. Para refletir a importância da vida e da obra de Edson, Natuza Nery conversa com o jornalista Andrew Downie, autor do livro “México 70: A mais bela Copa do Mundo contada por seus protagonistas”. Neste episódio: Andrew recorda como o gramado, os uniformes, a bola e a violência tolerada em campo eram distintas na época que Pelé jogou, fatores necessários em qualquer comparação com os dias atuais O jornalista enfatiza como a infância pobre de Pelé moldou sua personalidade pública Analisa como Pelé "representa o Brasil" no imaginário de todo o mundo e que depois do tricampeonato da Copa, conquistado entre 1958 e 1970, o Brasil passa a ser "o país do futebol".

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