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A prisão do homem forte de Bolsonaro na PRF

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O ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Silvinei Vasques, foi preso na operação da Polícia Federal desta quarta-feira (9) - que também expediu quase 50 mandados para ouvir servidores envolvidos na operação que teve mais de 600 focos de atuação, a maior parte delas em estradas do Nordeste, durante o 2º turno das eleições de 2022. A principal evidência da PF são os documentos que mostram o planejamento da operação, baseado no mapa de cidades nas quais Lula (PT) teve desempenho superior a 75% dos votos no 1º turno. Para explicar em que pé está o trabalho da PF e as próximas etapas, Natuza Nery recebe Malu Gaspar, colunista do jornal O Globo. Neste episódio: - Malu relata os bastidores de sua reportagem que revelou a existência de uma “reunião secreta” entre Silvinei Vasques e mais 50 servidores da PRF para organizar a operação que seria direcionada “para prejudicar a movimentação de eleitores de Lula no dia do 2º turno da eleição”. “Houve um trabalho muito grande para esconder o objeto da reunião e compromisso de que ninguém falasse sobre o que aconteceu”, revela; - Ela analisa o que significa a descoberta do mapa usado por agentes da PRF para estruturar a operação. “Agora fica claro que a PF faz uma investigação em etapas, começando pelo Silvinei”, afirma a jornalista. “E tenho a informação de que a próxima etapa é colocar o Torres na cena e, a partir disso, colocar Bolsonaro na cena”; - Malu comenta o que disseram Anderson Torres e Silvinei Vasques em reuniões internas e nas declarações à investigação da PF: “Silvinei falou que a operação não era da PRF, mas do Ministério da Justiça. Tudo encaminha nosso entendimento para perceber que havia uma missão”, conta; - A jornalista também fala sobre o “jogo estratégico” entre a PF e os parlamentares bolsonaristas para investigar e para defender Jair Bolsonaro: “O ex-presidente tem certeza de que será preso”.

O novo PAC e o alerta da volta ao passado

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O desafio é antigo, e o remédio também - ao menos para os governos petistas. Em seu segundo mandato presidencial, Lula iniciou o Programa de Aceleração do Crescimento com o objetivo de investir no débil sistema de infraestrutura brasileiro. Agora, sob a gestão Lula 3, o governo federal promete um novo PAC, agora diante de contas públicas muito mais deterioradas e sob a crítica de tentar passar R$ 5 bilhões por fora da nova regra fiscal. Para fazer a análise da reedição do PAC, alertar os erros das primeiras versões e apontar possíveis caminhos mais eficazes, Natuza Nery ouve o economista Samuel Pessôa, professor pesquisador da Julius Baer Family Office e do Instituto Brasileiro de Economia, da FGV-RJ. Neste episódio: - Samuel reconhece que o “Estado brasileiro precisa investir”, mas defende que investimento público é gasto primário e precisa estar dentro da meta fiscal. “Tendo a regra fiscal, para aumentar o gasto de um item, precisa reduzir de outro item. E se o governo decidir gastar mais, precisa de mais receita para que as contas fechem”, avalia. “Enganar a regra não é uma boa”, resume; - Ele diz que o anúncio do programa faz recordar as “coisas ruins de 10 anos atrás” que pautaram a política econômica do governo federal que levou “à maior crise de nossa história”: “A gente volta pra um mundo que não era legal. Será que a gente não consegue aprender?”; - Samuel explica as diferenças de visão sobre o impacto dos gastos públicos entre economistas ortodoxos (como ele) e heterodoxos (caso da maioria dos integrantes da equipe econômica do governo): “Nós achamos que a economia brasileira está sempre, mais ou menos, a pleno emprego. Os heterodoxos têm a hipótese que a economia brasileira está ociosa”, resume; - O economista aponta as diferenças entre a gestão do Ministério da Fazenda de Guido Mantega (2006 a 2015) e Fernando Haddad (desde janeiro de 2023). “Será que agora eles conseguem fazer melhor”, questiona.

Um racha no Brasil: conflitos regionais e discurso de ódio

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Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sugeriu uma aliança entre estados do Sul e do Sudeste para buscar “protagonismo econômico e político” em relação ao resto do país, em especial Norte e Nordeste. A fala foi mal-recebida, e gerou respostas de atores dos mais diversos espectros políticos - mas ganhou apoio de setores radicais da sociedade nas redes sociais. Para analisar as causas do discurso divisionista e as consequências políticas da fala do mineiro, Natuza Nery conversa com Victoria Abel, repórter do jornal O Globo, em Brasília, e Fernando Luiz Abrucio, cientista político professor da FGV-SP. Neste episódio: - Victoria recorda a formação dos consórcios de estados de Sul-Sudeste e do Nordeste durante o governo Bolsonaro, e como eles voltaram a ganhar protagonismo durante as discussões sobre a destinação do dinheiro dos impostos na reforma tributária. “Eles nasceram para fazer reinvindicações ao governo federal. Agora, o Romeu Zema quer trazer isso para as eleições”, afirma; - Ela comenta as potenciais reações no Congresso à fala de Zema e como a “inversão de forças” entre as duas casas pode interferir no texto final da reforma tributária. “Já existia um ambiente ruim às vontades dos governadores de Sul e Sudeste. Agora, a fala causa ambiente ainda pior”; - Abrucio crava que o governador mineiro “sepultou a candidatura presidencial dele”, além de aumentar “artificialmente” a polarização brasileira. “A fala do governador Zema, se lida do ponto de vista jurídico, é um crime contra a nação”, afirma; - O cientista político aponta, na lógica apresentada por Zema, visões “preconceituosas, extemporâneas e desinformadas” em relação à divisão de poder político e econômico de estados e regiões. E avalia que a intenção do governador foi tentar ocupar a raia eleitoral do bolsonarismo. “Foi proposital falar algo forte para atrair holofotes, mas o Zema não vai se tornar a figura política do Bolsonaro. É como um contrabando de mercadoria falsa”, resume.

Educação digital: até onde a tecnologia ajuda?

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A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo anunciou que adotaria, a partir do ano letivo de 2024, materiais 100% digitais para os alunos dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e do ensino médio. O governo paulista, depois, recuou e prometeu oferecer livros em formato digital e também em papel. Outros países já tentaram experiências parecidas, mas com resultados ruins ou inconclusivos. Para pensar sobre os desafios e as possibilidades de uma educação que integre mais suportes tecnológicos, Natuza Nery conversa com Anna Helena Altenfelder, doutora em psicologia da educação e presidente do conselho do Cenpec, e Fabio Campos, pesquisador em educação e tecnologia da Universidade de Nova York. Neste episódio: - Anna comenta que o mais recente relatório da Unesco apresenta “poucas evidências científicas” sobre os benefícios da tecnologia no ensino: “O meio digital favorece a dispersão. E os comportamentos gerados na interação com textos em suportes digitais podem prejudicar habilidades de atenção, compreensão e reflexão”; - Ela relata que outros países que testaram novas tecnologias na educação agora estão investindo no uso híbrido de materiais digitais com analógicos. E destaca o caso da Suécia: depois de fazer transição integral ao digital, teve resultados piores em exames internacionais de leitura, escrita e matemática. “Estudos apontam que alunos perderam as habilidades pelo uso exclusivo de suportes digitais”, afirma; - Fabio critica o fato de o Brasil “não ter uma estratégia de tecnologia na educação” mesmo depois de passar por uma pandemia. "É preciso se perguntar que tipo de tecnologia educacional estamos falando. E depois disso, temos que democratizar”, afirma; - Ele defende que a simples substituição do analógico pelo digital “costuma sempre dar errado” - ao contrário de experiências nas quais o “digital complemente o analógico, e vá além”. E que o caso de São Paulo pode ser um exemplo de “falta de escuta” do governo sobre o que pensam os professores.

Cerrado - como salvar o bioma do desmatamento

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Nos últimos 12 meses, mais de 6,3 mil quilômetros quadrados de Cerrado foram derrubados, de acordo com dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). Trata-se do pior resultado da série histórica. E, apenas nos primeiros 7 meses deste ano, foram mais 5 mil km² desmatados do segundo maior bioma brasileiro – onde nascem 8 das 12 principais bacias hidrográficas do país. Para alertar sobre os perigos que rondam o bioma, Natuza Nery entrevista Isabel Figueiredo, mestre em ecologia e coordenadora do programa Cerrado e Caatinga no Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). Neste episódio: - Isabel comenta o processo de acelerado desmatamento que aflige o Cerrado, e aponta a lei de preservação nativa como um “entrave” para sua proteção: “Ele é colocado como um bioma de sacrifício para poder salvar a Amazônia”; - Ela descreve o bioma como uma "biblioteca que está sendo queimada sem que os livros tenham sido lidos ainda” devido a sua ampla biodiversidade: é a savana mais biodiversa do mundo e habitat de 5% de todas as espécies do planeta. “E tem o papel importante de ser o berço das águas para o Brasil”, reforça; - A ecóloga compara a redução do desmatamento na Amazônia com o aumento de registros no Cerrado, onde o “governo tem menos espaço de atuação”. Isso porque no Cerrado a maior parte da destruição da mata nativa se dá em áreas privadas, onde os donos de terra falsificam autorizações para desmatar; - Ela descreve como grileiros usam métodos violentos, com atuação até de milícias, para “acuar, cercear e expulsar” famílias tradicionais de suas terras. Essas comunidades sofrem também, relata, com contaminação de águas e solo por agrotóxicos usados nas grandes propriedades.

Donald Trump e a ameaça à democracia americana

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Pela terceira vez, o ex-presidente é acusado formalmente pela Justiça dos Estados Unidos. Agora, o republicano virou réu pela sua participação na invasão do Capitólio do dia 6 de janeiro de 2021 e pela tentativa de impedir a formalização da vitória eleitoral de Joe Biden. Na via eleitoral, Trump dispara como favorito a representar o partido Republicano na eleição presidencial do ano que vem. Para explicar como Trump está enquadrado pela Justiça ao mesmo tempo que tem chances reais de voltar à Casa Branca, Natuza Nery conversa com Carolina Cimenti, correspondente da TV Globo em Nova York, e com Fernanda Magnotta, coordenadora de relações internacionais da FAAP, comentarista da rádio CBN e autora do livro “As ideias importam: o excepcionalismo norte-americano no alvorecer da superpotência”. Neste episódio: - Carolina informa quais são as 4 acusações às quais Trump está submetido neste processo: três delas de conspiração e uma de obstrução de procedimento oficial – caso seja condenado em todas elas, sua pena pode chegar a 50 anos de prisão. “Ele pode ser eleito e ser presidente até em prisão domiciliar na Casa Branca. E, caso eleito, ele pode perdoar seus próprios crimes”, explica; - A jornalista também avalia a “confusão institucional” que irá se instalar nos EUA em 2024, quando serão realizados os julgamentos de Trump, em paralelo aos eventos do calendário eleitoral americano: “O que só intensifica o imbróglio judicial do ex-presidente"; - Fernanda fala sobre o recente debate que vem sendo travado nos EUA a respeito de modificações na Constituição do país - à luz das crises institucionais provocadas pelo ex-presidente. “Ao ser eleito, ele passou a atacar toda a estrutura do sistema e isso enfraqueceu a democracia dos Estados Unidos”, afirma; - Ela aponta como os “fenômenos do trumpismo” emergiram e se mantêm vivos dentro da sociedade americana: deterioração das condições de vida, aumento da desigualdade e discurso populista. “Ele volta pra essa narrativa original e tenta fazer parecer que é vítima de perseguição política”, conclui.

Combate ao crime organizado após mortes no Guarujá

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Desde sexta-feira, a Polícia Militar de São Paulo está em operação na Baixada Santista, motivada pelo assassinato do oficial Patrick Bastos Reis, da Rota. Desde que os agentes começaram a avançar pelas comunidades, moradores relatam o cometimento de ilegalidades. O governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e a cúpula da segurança pública paulista justificam que é necessário o enfrentamento ostensivo ao crime organizado. Até agora, são pelo menos 14 mortos. Para explicar todos os aspectos do conflito no Guarujá e analisar as políticas públicas de segurança em todo o país, Natuza Nery conversa com Rafael Alcadipani, professor da FGV-SP e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Neste episódio: - Rafael destaca a importância estratégica da Baixada Santista para as facções criminosas e para o tráfico internacional de drogas: tem o maior porto da América Latina e áreas de ocupação em morros (onde criminosos escondem armas e drogas). “O Estado não tem conseguido realizar o enfrentamento adequado ao crime nessas regiões”, afirma; - Ele descreve a reação da corporação após o assassinato de um oficial, sobretudo quando a vítima é da Rota: “É uma unidade de muito prestígio e um ataque faz parecer que as coisas estão fora de controle”; - Rafael avalia a violência das ações policiais em São Paulo e na Bahia e destaca a importância de políticas de segurança pública “que levem em conta os direitos humanos e o enfrentamento ao crime organizado”. “O crime organizado está fora de controle e sua prevalência é a maior ameaça à democracia brasileira”, afirma; - O professor comenta o aumento da letalidade da polícia paulista e explica como o excesso de força “corrói a confiança na instituição policial”. Ele também prevê que, com o afrouxamento do controle policial, algum agente cometerá “um absurdo e a opinião pública ficará toda contra a instituição”.

CGU: ministro avalia os 10 anos da Lei Anticorrupção

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Uma década depois da aprovação da Lei nº 12.846/2013, a Controladoria-Geral da República convocou a sociedade civil para fazer um balanço de seus resultados – e oferecer acordos de cooperação com diferentes entidades de Estado, como ministérios e o BNDES. Com exclusividade, Natuza Nery entrevista o ministro Vinícius Marques de Carvalho sobre os próximos passos da GCU em relação à Lei Anticorrupção e às colaborações com órgãos do governo. Neste episódio: - O ministro avalia o que deu certo e o que vem dando errado com a lei nesta última década. Na lista dos avanços que ainda precisam ser feitos, ele cita a “coordenação entre as instituições responsáveis pela aplicação da lei” - além da própria CGU, o Ministério Público e as corregedorias de estados e municípios; - Ele antecipa como será o acordo de cooperação entre a CGU e o BNDES, cuja assinatura está prevista para esta terça-feira (1º). Segundo o ministro, haverá ações de controle focadas nas grandes empresas, e também a reestruturação de uma parceria com o Sebrae para “difundir a agência de integridade” pelas pequenas e médias empresas; - Vinícius explica como a CGU opera para fazer o pente fino em políticas públicas, e dá o exemplo da operação realizada em conjunto com a Polícia Federal em Alagoas, que identificou irregularidades na compra de kits de robótica para as escolas; - O ministro comenta qual seria o papel da CGU na proposta de texto da PL das Fake News que está sendo discutida dentro do governo. “O que eu posso garantir é que de modo algum a GCU seria uma controladora da internet no sentido de moderar o conteúdo”, afirma.

O caminho do gado ilegal que sai da Amazônia

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Durante 53 dias, agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estiveram dentro da Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo numa operação para interromper a cadeia de ilegalidades: desmatamento, grilagem de terra, tráfico de madeira e pecuária ilegal. O repórter Victor Ferreira, da TV Globo e da GloboNews, acompanhou parte do trabalho e conta para Natuza Nery de que modo os criminosos operam para tornar legal a carne para exportá-la. Neste episódio: - Victor relata os dias em que ficou acampado junto à equipe do ICMBio que atuava na operação para a retirada de milhares de bois da reserva biológica – estima-se que sejam mais de 100 mil ao todo. “Na ação que eu acompanhei, foram 2.300 cabeças de gado. E esta nem é a reserva com o maior índice de desmatamento”, afirma; - Ele explica que nenhum contingente de agentes ambientais seria suficiente para fiscalizar toda a Amazônia e que a solução mais eficaz para reduzir o desmatamento e a grilagem relacionadas à pecuária é rastrear a carne desde o nascimento do gado: “Se os grandes frigoríficos exigirem o rastreamento, por que o pecuarista vai criar um gado que ele não vai conseguir vender?”, questiona; - O repórter enumera duas medidas para que as reservas biológicas sejam protegidas: respeito às multas aplicadas pelo ICMBio e adesão à cadeia de rastreabilidade de gado e madeira extraída da floresta. “O gado ilegal é o que mais derruba árvores e mais desmata na Amazônia”, conclui.

Doenças cardíacas em jovens - riscos e prevenção

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Infarto, parada cardíaca e acidente cerebral vascular, juntos, compõem a principal causa de morte em todo o mundo. No Brasil, os casos de infartos registrados por mês mais que dobrou nos últimos 15 anos, e a média mensal de internações decorrentes subiu quase 160% no mesmo período - entre jovens de até 30 anos, o crescimento foi 10% acima da média. Para explicar por que os jovens estão cada vez mais sob risco de problemas cardíacos e vasculares, Natuza Nery entrevista o médico Paulo Caramori, doutor em cardiologia e integrante do conselho da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Neste episódio: - Paulo Caramori destaca quais hábitos de vida se destacam entre os fatores de risco para doenças cardiovasculares: tabagismo, obesidade, uso de drogas e consumo de comidas de ultraprocessadas. “Temos que focar nas causas modificáveis dessas doenças para que possamos viver mais e melhor”, recomenda; - Ele explica a relação entre temperaturas extremas e aumento do risco para infarto e AVC: “Quando estiver extremamente quente ou extremamente frio, devemos nos preservar mais”; - O médico também alerta para a “falta de cuidado” dos brasileiros com índices de saúde básica, como controle de colesterol, cuidado com a pressão arterial e regulação da glicose. E destaca a manutenção da qualidade do sono como elemento fundamental para a saúde cardiovascular – o ideal para um adulto é de 8 a 9 horas por noite; - Paulo informa os sinais que o corpo apresenta nas 24 horas anteriores a um episódio de infarto ou parada cardíaca: dor, aperto ou queimação no peito, sudorese, falta de ar e palpitações no coração. “Se tiver esses sintomas, é preciso procurar uma emergência. A chance de reanimar uma parada cardíaca é muito mais baixa do que evitar que ela aconteça”, afirma.

Racismo no Brasil – e educação antirracista

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Pesquisa inédita mostra que 8 em cada 10 brasileiros concordam que o Brasil é um país racista. Os demais dados divulgados pela “Percepções sobre o racismo no Brasil” são igualmente fortes: 80% entendem que pessoas negras e brancas são tratadas de forma diferente pela polícia, mais de 50% afirmam ter presenciado cena de racismo e quase 90% concordam que pessoas pretas são as mais criminalizadas. Enquanto isso, o combate ao racismo nas escolas chega ao seu menor índice dos últimos 10 anos. Para analisar os resultados da pesquisa e a inclusão da pauta nos programas educacionais, Natuza Nery conversa com Ana Paula Brandão, diretora programática da ActionAid e gestora do projeto Seta, que encomendou o estudo, e com Janine Rodrigues, escritora, educadora e fundadora da iniciativa Piraporiando. Neste episódio: - Ana Paula valoriza os números apresentados pela pesquisa, que revelam a “percepção da população da relação entre racismo e desigualdade”. Ela considera que houve um avanço em relação ao resultado de pesquisas anteriores, que evidenciavam a compreensão de que o racismo ocorreria somente na esfera pessoal. “O brasileiro está percebendo que o racismo estrutura o Brasil”, resume; - Ela avalia a educação como a principal arma para enfrentar o racismo, mas pondera ser “um caminho muito demorado”. E exemplifica com o caso da lei que obriga o ensino de história e cultura africana nas escolas, sancionada há duas décadas e que até hoje não está completamente implementada. “Essa é uma política que não pode ser de governo, precisa ser de Estado”, afirma; - Ana Paula discursa sobre a como o preconceito “atravessa a vida das crianças” desde o momento em que ingressam na vida escolar – e como isso se reflete em um mau desempenho de aprendizado e evasão escolar, resultando em má empregabilidade. “É muito violento e cria um círculo vicioso complexo”, conclui; - Janine cobra a ação do poder público para implementar leis e dedicar orçamentos a favor da igualdade racial, e também participação de agentes importantes da sociedade civil no combate à discriminação. “É importante que a abordagem ao racismo não fique apenas entre pessoas negras, mas que seja o objetivo de uma sociedade mais saudável”, afirma.

Crime contra democracia: a discussão sobre a punição

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Seis meses depois da tentativa de golpe de 8 de janeiro, o governo federal anunciou que vai enviar ao Congresso um Projeto de Lei que cria novas tipificações penais e endurece as penas para aqueles que ameaçarem a democracia. Ações como invasão ao STF e ameaças ou atentados contra autoridades públicas serão fortemente punidas – inclusive, em caso de assassinato dessas figuras a pena pode chegar a 40 anos. Para explicar o que pretende o projeto, Natuza Nery recebe Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça que comandou o trabalho de redação do texto, e o também advogado criminalista Theo Dias, professor da Escola de Direito da FGV-SP. Neste episódio: - Augusto justifica a necessidade de atualizar a lei aprovada em 2021 à luz dos acontecimentos de 8 de janeiro, e conta como a construção da versão final do texto que será encaminhado ao Congresso teve a participação de membros do Ministério Público, de professores acadêmicos e de advogados. "A redação final tem a preocupação de que a lei não cerceie a liberdade de expressão”, afirma; - O secretário nacional defende que a pena de 40 anos de prisão para o crime de assassinato a uma autoridade pública é compatível com sua função de “defender dois bens jurídicos com o mesmo dispositivo penal”: a vida da vítima e a democracia. “Propusemos pena realmente alta para um crime de gravidade gigantesca”, conclui; - Theo diz que o Direito Penal, embora “necessário e importante”, tem “espaço limitado” para evitar eventos extremos como a tentativa de golpe de Estado. E lista medidas necessárias para a manutenção da democracia: reestruturação dos serviços de inteligência, despolitização das Forças Armadas, regulamentação das redes sociais e revisão dos poderes do procurador-geral da República; - Ele compara as agressões feitas pelo ex-deputado federal Daniel Silveira aos ministros do Supremo àquela sofrida por Alexandre de Moraes na Itália para exemplificar “os limites da liberdade de expressão” e o “dilema da democracia”.

Caso Marielle: a delação de Élcio de Queiroz

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Mais de 800 dias depois da execução de Marielle Franco e Anderson Gomes, pela primeira vez um dos suspeitos assumiu a autoria do crime. Num acordo de delação premiada, o ex-PM Élcio de Queiroz descreveu todos os passos do dia 14 de março de 2018, quando – de acordo com seu depoimento – dirigiu o carro no qual o policial militar reformado Ronnie Lessa disparou sua submetralhadora contra Marielle e Anderson. Élcio também mencionou a participação do ex-bombeiro Maxuell Simões Corrêa (Suel) e do sargento da PM Edmilson Oliveira da Silva (Macalé) no crime. Para apresentar o que foi dito por Élcio e explicar as próximas fases da investigação, Natuza Nery conversa com Mahomed Saigg, jornalista da TV Globo no Rio que primeiro teve acesso à delação, e com Octavio Guedes, colunista do g1 e comentarista da GloboNews. Neste episódio: - Mahomed descreve os desdobramentos mais recentes da investigação e como a coleta de novas provas e depoimentos pressionaram Élcio a “quebrar o pacto de silêncio” e propor um acordo de delação premiada: “O cerco estava se fechando. As autoridades que trabalham no caso nunca estiveram tão perto de elucidar esse crime”; - O jornalista revela com exclusividade alguns detalhes do acordo que Élcio fechou com a Justiça - o que ocorreu após sua “surpresa com a robustez das provas apresentadas”. E informa que, a partir das informações fornecidas pelo suspeito, “uma série de novas operações está por vir”; - Mahomed também analisa toda a complexidade do caso, que envolve crime político, atuação de milícias, policiais sob suspeita e investigações interrompidas ao longo dos últimos 5 anos. “Foi a partir do caso Marielle, por exemplo, que a população tomou conhecimento da existência do Escritório do Crime”, afirma; - Octávio comenta o “limitador de velocidade” da investigação, que passou anos sem qualquer avanço para além da descoberta dos executores do crime. E explica por que, agora, com o “fim do pacto da máfia”, as autoridades estão confiantes em relação à conclusão total do caso. “Se foi crime de ódio político, é pelo que Marielle representava”, afirma; - Por fim, ele fala sobre a expectativa de que Élcio tenha delatado “alguém acima de Ronnie Lessa” e de que o executor de Marielle também aceite um acordo de delação. “Agora os investigadores vão para a próxima fase, a dos autores intelectuais do crime”, conclui.

Armas de fogo: novos limites pós-descontrole

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Nos últimos quatro anos, o Brasil registrou uma média de 26 novas armas a cada hora. No total, passou de 900 mil o número de registros feitos por CACs (colecionadores, atiradores esportivos e caçadores) durante o período. E a própria quantidade de CACs também disparou de 117 mil para quase 675 mil – e cada um deles tinha autorização para comprar e manter 30 armas de alto poder de fogo, a exemplo de um fuzil de R$ 15 mil. Na última sexta-feira, o governo federal editou um decreto para frear bruscamente o acesso a novas armas e reduzir a multiplicação dos clubes de tiro. Para entender o que muda, Natuza Nery ouviu a socióloga Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, que estuda segurança pública desde 1999. Neste episódio: - Carolina esclarece as regras que passam a vigorar com o novo decreto, que limita a quantidade de armas por pessoa e restringe o acesso aos armamentos de maior potencial destrutivo: “Lá atrás, um cidadão em casa poderia estar mais armado que um policial”; - Ela também explicou como o crescimento explosivo de CACs e clubes de tiro aumentou a circulação de armas desviadas para o crime organizado, por meio de roubos, furtos ou mesmo esquemas fraudulentos. “Ao endurecer o controle sobre as armas, a gente diminui o abastecimento para o crime”, afirma; - Carolina lamenta que haja mais de 1 milhão de armas sem registro do sistema do Exército e reforça a necessidade de que é preciso ter “controle, critério e fiscalização”. “Sem informação de qualidade, como se faz uma política pública sobre armas?”, questiona; (13:50) - A socióloga analisa o crescimento do desejo de parte da população em se armar: criou-se um mercado de influencers e até de moda armamentista. E como isso colaborou para mais crimes contra mulheres e em ataques a escola. “Precisamos mostrar que é ilusão: a arma de fogo gera mais risco do que capacidade de se defender”, justifica.

O Brasil mais perigoso para mulheres e crianças

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Em 2022, o país registrou mais um de seus trágicos recordes de violência: foram quase 75 mil casos de estupro. E 6 em casa 10 casos têm como vítima crianças de até 13 anos. De acordo com as informações do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), isso representa 205 casos de violência sexual por dia, 8 casos a cada hora. Soma-se a isso o aumento de diversos índices de violência contra mulheres: feminicídio, violência doméstica e as medidas protetivas tiveram alta na incidência de casos. Para analisar esses dados, Natuza Nery recebe Samira Bueno, diretora-executiva do FBSP. Neste episódio: - Samira informa que apenas 8,5% dos casos de estupro são notificados às autoridades – isso significa que em 2022 houve, de fato, mais de 880 mil casos. E 70% desses casos acontecem dentro de casa, cometidos por familiares ou pessoas próximas. “Vítimas de violência sexual têm dificuldade em denunciar por causa do medo e do constrangimento”, justifica; - Ela detalha o que significa estupro de vulneráveis, à luz da legislação, e como uma mudança na lei, em 2009, colaborou para que mais crianças fossem protegidas contra o abuso sexual. "Mas a pandemia ampliou a vulnerabilidade das crianças”, afirma. “Sem a mãe em casa e com a escola fechada, para onde essas crianças correm?”; - Ela também lamenta que o “Brasil tenha se tornado mais violento para as mulheres”: há mais casos de homicídios contra mulheres, mais feminicídios, mais agressões, mais ameaças e mais perseguições. “São crimes cometidos por parceiros íntimos, dentro de casa e que podem ser evitados”, afirma; - Samira comenta as recentes prisões e condenações de artistas e esportistas por abuso sexual: “Revela espaço para lutar por justiça e tem efeito pedagógico para os homens”.

Barbie: independência x submissão

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As salas de cinema estreiam nesta quinta-feira (20) o filme que mais vem movimentando as redes sociais neste ano. Barbie, da diretora Greta Gerwig, é a primeira adaptação live action da história da boneca criada em 1959 e que, ao longo de seis décadas, se consolidou como um símbolo inatingível. Para explicar a história da personagem e analisar seus efeitos na formação do imaginário feminino em todo o mundo, Natuza Nery conversa com Fernanda Roveri, doutora em educação pela Unicamp e autora do livro “Barbie na educação de meninas: do rosa ao choque”. Neste episódio: - Fernanda contextualiza o momento no qual a Barbie foi criada – à época, foi a primeira boneca adulta a ser fabricada. "No pós-guerra [a 2ª Guerra Mundial acabou em 1945], a sociedade do consumo começa a se estabelecer e as crianças passam a ser consumidoras”; - Ela também descreve como casal Ruth e Elliot Handler, fundadores da Mattel, adaptou Lili, a “boneca adulta para homens”, produzida na Alemanha, em um brinquedo “aceitável socialmente” para crianças, no fim dos anos 1950; - Fernanda fala sobre as contradições da boneca em relação à representatividade de gênero: “Ela não foi 100% independente nem 100% subordinada”. Os momentos histórico-culturais determinaram, avalia, a imagem da boneca. “O brinquedo é um produto da cultura material, atrelado à publicidade e valores econômicos. Não é inocente”, afirma; - A educadora analisa a participação do Ken na história da personagem e a recente multiplicação de identidades da Barbie, que já apareceu em diversos formatos e profissões. “O segredo dela é operar com a sedução e o desejo: ‘olhe como eu sou, você pode ser eu’”, resume.

China - o alerta da desaceleração

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O segundo trimestre de 2023 registrou um crescimento de 6,3% no PIB da China – um número que seria comemorado em muitos países, mas não na segunda maior economia do mundo, cuja expectativa era crescer acima de 7 pontos percentuais. Os dados oficiais do governo chinês mostraram também que a exportação está em queda e que o mercado de trabalho não consegue absorver milhões de jovens. Para explicar as razões internas e as consequências globais de uma China em marcha lenta, Natuza Nery conversa com Cláudia Trevisan, diretora-executiva do Conselho Empresarial Brasil-China. Neste episódio: - Claudia aponta a “queda da atividade no setor da construção civil” como principal causa da desaceleração do crescimento chinês, levando à queda de receita dos governos locais e, consequentemente, à “falta de recursos para investir em infraestrutura”; - Ela descreve como Pequim vem incentivando “aumentar o peso do consumo” na composição do PIB: atualmente, representa 40%, percentual bastante abaixo da média dos países ricos. Um modo de fomentar o desenvolvimento interno e garantir o crescimento econômico de longo prazo. “Mas aquela China que crescia a dois dígitos não vai voltar”, projeta; - Claudia também comenta os fatores do desemprego elevado entre os jovens: o avanço regulatório sobre a indústria de tecnologia, as medidas restritivas durante a pandemia e o crescimento exponencial de recém-formados no ensino superior. “A dificuldade em arrumar emprego afeta a aspiração de ter uma vida melhor”, afirma; - Ela avalia que o agronegócio brasileiro deve sofrer pouco com a desaceleração econômica da China, com baixa variação na exportação de alimentos. Já em relação a commodities como minério de ferro e petróleo, “a demanda e o preço podem ser prejudicados”.

Recordes de calor e a ameaça à vida humana

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Na Califórnia, 56° C no chamado ‘Vale da Morte’. Na Antártica, o nível de gelo no mar é o mais baixo já registrado. No Oceano Atlântico, o termômetro marca 1,5°C a mais do que a média histórica. Eventos extremos que se relacionam: o aquecimento do planeta chegou ao ápice no dia 6 de julho, quando a temperatura média global passou de 17°C, a mais alta já registrada na Terra – resultado das mudanças climáticas somadas à incidência do fenômeno El Niño. Para comentar o risco do calor em excesso para a saúde humana e explicar até onde a temperatura pode chegar, Natuza Nery conversa com Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima e integrante do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, e com o biomédico fisiologista Daniel Mendes Filho, um dos autores do livro “Condições extremas: como sobrevivemos?”. Neste episódio:  - Marcio lembra que as ondas de calor estão cada vez mais intensas, mas que os recordes de temperatura vêm sendo registrados há pelo menos duas décadas: “São gritos de alerta do planeta”. E a situação deve piorar. “A gente não vai mais recuperar os gases emitidos para a atmosfera. O planeta tem um problema já contratado”, afirma;  - Ele avalia que as soluções para mitigação e adaptação dos impactos do clima são de responsabilidade de governos e estão, principalmente, nas mãos dos líderes dos países desenvolvidos: “As pessoas mais pobres vão pagar a conta”. “Quanto menos a gente fizer agora, maior será a conta para as próximas gerações”, conclui;  - Daniel explica como o organismo humano reage às mudanças de temperatura, e quais são os riscos associados aos episódios de calor extremo – que afetam mais as crianças e os idosos: “Os mecanismos de adaptação do corpo são insuficientes para manter a temperatura em níveis fisiológicos. Pode haver quadros de hipertermia e insolação”;  - Ele também comenta sobre o que as cidades podem fazer para enfrentar as mudanças climáticas, com ações dedicadas a aumentar a arborização e os ambientes com circulação de ar. Daniel orienta sobre como cada um pode se proteger: roupas leves, alimentação saudável, plantas domésticas e até papel alumínio na janela.

Agricultura familiar no combate à fome

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A retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), uma das principais ferramentas do governo federal nos mandatos petistas para acabar com a fome no país, foi aprovada no Congresso. A nova versão tem orçamento previsto de R$ 500 milhões e garante a compra de alimentos de propriedades rurais familiares – que passam a ter também crédito de R$ 71 bilhões oferecidos pelo Plano Safra. Para explicar o funcionamento do PAA, seu impacto para a agricultura familiar e seu papel no combate à insegurança alimentar, Natuza Nery conversa com Julian Perez-Cassarino, professor de agroecologia da Universidade Federal da Fronteira Sul e pesquisador da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan). Neste episódio: - Julian destaca a importância do PAA nas “duas pontas da fome”: distribui comida para famílias em situação de insegurança alimentar e viabiliza a comercialização da agricultura familiar. “Ao mesmo tempo que oferta alimentos saudáveis pra pessoas na cidade, garante geração de renda para famílias rurais”, resume; - Ele recorda os primeiros dez anos do programa, nos quais o volume de recursos cresceu ininterruptamente até, em 2013, chegar ao equivalente a R$ 1 bilhão (em valores corrigidos) - no ano seguinte, 2014, o Brasil saiu do mapa da fome da ONU. “Nos últimos cinco anos, o programa está praticamente zerado”, lamenta; - Julian conta como vai funcionar o projeto que une o PAA com o chamado Cozinha Solidária: “Vamos fechar uma cadeia muito bonita de promoção da segurança alimentar”. Ele explica que boa parte dos alimentos que irá abastecer o Cozinha Solidária terá origem nas propriedades rurais familiares; - O pesquisador avalia que agora será mais difícil superar a fome do que em 2003, quando o PAA foi inaugurado: "Houve um grande desmonte das políticas públicas nos últimos quatro anos”.

Bombas de fragmentação e o poder da Otan

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Proibidas em mais de 120 países que assinaram um tratado internacional contra seu uso, as munições clusters são armamentos com alto poder ofensivo contra cidadãos civis – e que podem explodir mesmo anos depois de serem lançadas. Nesta semana, o arsenal ucraniano foi abastecido com novas bombas deste tipo, enviadas pelos EUA. A Otan, principal aliança intergovernamental militar do Ocidente, avalizou o uso do equipamento na guerra. Para explicar as consequências das bombas de fragmentação e o atual status da Otan no conflito contra a Rússia, Natuza Nery conversa com Cristian Wittmann, professor de direito da Unipampa e integrante do conselho do Ican, organização premiada com o Nobel da Paz em 2017. E com Marcelo Lins, apresentador e comentarista da GloboNews. Neste episódio: - Cristian descreve o funcionamento das bombas e como suas submunições “mutilam e tiram a vida de vítimas civis, décadas depois”. Ele avalia as motivações do Brasil para rejeitar o acordo que proíbe o uso do armamento: “O Brasil produz e exporta essas armas”; - Ele informa que a taxa de falha dessas armas pode chegar a até 60%, o que significa um enorme volume de explosivos remanescentes no território atingido: Laos, por exemplo, tem mais de 80 milhões de bombas e aproximadamente 300 mortes por ano - herança da Guerra do Vietnã, há mais de quatro décadas; - Marcelo Lins avalia como “desconfortável” a posição da Otan diante do uso das “mais covardes armas” em favor da Ucrânia: “Seria natural a busca por solução no diálogo”, afirma. Ao invés disso, as autoridades da aliança do Ocidente investem em uma vitória militar e usam isso como desculpa “para alimentar a máquina de guerra com uma arma tão cruel”; - O jornalista também afirma que “nunca antes a Otan esteve tão unida e tão forte”, resultado da ação de Vladimir Putin de invadir a Ucrânia - que apela aos membros para também integrá-la. Mas questiona também se a organização não deveria ter sido extinta junto com o Pacto de Varsóvia, ao fim da Guerra Fria.

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